Audincia discute banimento do amianto

Foi realizada na manhã desta terça-feira, (14), na Assembleia Legislativa, uma audiência pública para discutir os riscos causados pelo manuseio do amianto na Bahia. O encontro foi promovido pela Comissão de Saúde e Saneamento e debateu, especificamente, o Projeto de Lei nº 16.035/2007, de autoria do ex-deputado Zilton Rocha, que dispõe sobre a proibição da extração, comercialização e uso do amianto no estado.
O deputado Zé Neto, que recentemente recebeu em seu gabinete um grupo de trabalhadores filiados à Associação Baiana dos Expostos ao Amianto (Abea-Ba), compareceu a audiência e frisou a importância do debate. Para Zé Neto, a questão do amianto deve ser avaliada com olhos muito atentos, especialmente no que diz respeito aos passivos que foram deixados pela SAMA (empresa responsável pela comercialização de amianto). “Passivos esses, físicos e humanos, oriundos daqueles que puderam prestar seus serviços no passado e que até hoje sofrem, de forma brusca, as lesões aferidas em função do contato com o amianto”, destaca o deputado.
Zé Neto afirmou que continua com a mesma convicção de que é preciso proibir o uso do amianto, mas pontuou a necessidade de ampliar as discussões com a retomada dos fóruns de debate para que sejam colocadas as demandas e, no mesmo processo, seja buscada uma linha de atuação que atenda aos trabalhadores. “Sou a favor de banir o uso do amianto, assim como foi feito em grande parte dos territórios dos países desenvolvidos. Agora, esse banimento deve ser trabalhado e discutido para que não crie dificuldades no desenvolvimento da economia e na geração de emprego e renda, já que ele é componente de ligas que compõem diversos produtos industriais do nosso estado e do Brasil”, explica.
De acordo com o parlamentar, é preciso fazer com que ocorra uma reflexão expondo os possíveis danos a saúde que cada peça fabricada com o amianto pode gerar. Ao concluir, Zé Neto reafirmou a importância de permanecer o debate. “Precisamos fazer com que as duas partes sentem frente a frente e nós tenhamos, nesse contexto, a possibilidade de decidir mais acertadamente, que forma de banimento a Bahia possa ter”. 
Presidente da Associação dos Expostos ao Amianto (ABEA)
em Simões Filho, Belmiro Santos lembrou dos 35 trabalhadores que morreram em decorrência do contato com a substância, entre os anos de 2001 e 2008. “Não temos como afirmar que foram provocados pelo amianto, pois nem todos foram submetidos a exames, mas todos morreram com sintomas semelhantes”.
Também participaram da audiência especialistas e representantes de trabalhadores prejudicados por essas atividades. Dentre eles, Letícia Nobre, médica sanitarista e diretora do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (Cesat); Alexandre Jacobina, especialista em saúde do trabalhador; Martim Afonso Penna, representante do segmento industrial; Flávio Ailton Duque Zambrone, médico e representante do segmento industrial; e Hortênsia Pinho, promotora de Justiça estadual. 

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