Ex-presidente da Cesta do Povo depõe na CPI da Ebal

Durante quatro horas, a Comissão instalada na Assembléia Legislativa para apurar as irregularidades da Cesta do Povo, ouviu na manhã de quarta-feira, 02 de maio, o depoimento do ex-presidente da Ebal, Sr. Omar Britto. Omar Britto, que não havia comparecido na reunião do dia 25 de abril alegando a ausência de seu advogado, foi desta vez, tecnicamente intimado pela CPI para depor como investigado. Os principais questionamentos feitos pelos parlamentares ao ex-presidente foram em torno dos gastos com publicidade, prejuízos, faturamento, excesso de pessoal, e contratos, principalmente, entre a EBAL e a Organização de Auxílio Fraterno (OAF), instituição sem fins lucrativos responsável pela contratação de certos serviços e pessoal e manutenções na empresa. Sobre a relação com a OAF, Sr. Omar afirmou ser natural ocorrer contratação de empresas indicadas pela OAF sem licitação, uma vez que a entidade possuía 22 empresas na sua organização, o que agilizava o atendimento em situações emergenciais, sendo a OAF quem melhor atendia, naquele momento, as necessidades da Ebal, tanto por conta técnica, quanto por fins lucrativos. Quando questionado pelo deputado estadual José Neto, relator da CPI, sobre os altos gastos com publicidade, o ex-presidente afirmou que as decisões relacionadas a este assunto não dependiam da diretoria da Ebal, e sim, do governo. Diante dos números da empresa exibidos pelo parlamentar, Omar afirmou que com certeza seria melhor investir mais em fornecimentos já que a Ebal sempre operou com déficit operacional. Ainda indagado por Zé Neto sobre como a Ebal monitorava a crise que se sucedeu, Omar afirmou que o gasto efetuado com a Ebal era de conhecimento do Conselho Administrativo e de decisão do governo, e ele não interferia nisso Outro fato abordado pelo relator, Zé Neto, foi com relação ao repasse de dinheiro da Ebal para o município de Palmeiras, sem que o próprio indiciado soubesse da existência de alguma Loja da Cesta do Povo na cidade. Na ocasião, Omar alegou que se certificaria dessa informação. Quanto aos prejuízos de 620 milhões de reais, afirmou saber que houve questões trabalhistas, previdenciárias, débito com fornecedores o que gerou o já alegado déficit operacional. No final da sessão, Zé Neto encaminhou ofícios, já aprovados pela Comissão, requerendo a presença do Sr. Fernando Barros, Presidente da Agência de Comunicação Propeg, e do Senhor Eduardo Carneiro, Diretor da Comissão Permanente de Licitação (COPEL) da Ebal, para comparecerem nas próximas reuniões. Ainda requereu a convocação dos três últimos ex-presidentes do Conselho Administrativo da Ebal – Srs. Luís Peres Garrido, Pedro de Deus e Otto Alencar – solicitação que será votada na próxima reunião do dia 09 de maio (quarta-feira).

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