Novas irregularidades são apontadas em mais dois depoimentos na CPI da Ebal

Dirigentes das empresas terceirizadas da OAF prestaram depoimento

             A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para apurar as irregularidades envolvendo a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), ouviu na manhã desta quarta-feira (06), o depoimento de José Gomes, da Comasa Construções Ltda. e Sílvio Silveira, da Silveira Empreendimentos Ltda., empresas terceirizadas pela Organização Auxílio-fraterno (OAF) para prestação de serviços de manutenção predial e reparos gerais nas lojas, mercados, Ceasa e outras unidades da Ebal.

            O último relatório elaborado pela Auditoria Geral do Estado (AGE), aponta que entre as empresas analisadas, a Comasa Construções Ltda. e a Silveira Empreendimentos Ltda. se destacaram como sendo as que mais se beneficiaram na relação Ebal/OAF.

            Nos dois depoimentos ocorridos nesta manhã, os empresários informaram que as empresas já haviam prestado serviços para o Liceo de Artes e Ofícios, Ong que a Ebal mantivera contrato antes da OAF.

            Para a OAF, a Silveira Empreendimentos prestou serviço principalmente de manutenção da fábrica da Nossa Sopa. Segundo Silveira, o contrato que tinha validade de um mês para a realização de reparos na fábrica e cujo valor era de 100 mil durou cerca de um ano com a realização de obras que somaram mais de R$ 2 milhões. “Foram aparecendo serviços”, enfatizou o depoente. Ainda em seu depoimento, Silveira afirmou que além de obras, a empresa também realizou compras de equipamentos duráveis, como móveis, ar refrigerado e máquinas para serem utilizadas pela OAF no Programa Nossa Sopa. Sílvio Silveira mencionou que recebia solicitação de serviços a serem realizados tanto pela OAF quanto pela Ebal.

            Já o segundo depoente, José Gomes, da Comasa Construções Ltda., informou que a OAF determinava quais seriam as obras a serem realizadas, bem como era responsável pelo pagamento à empresa. A Ebal fazia a fiscalização destas obras. José Gomes enfatizou que tinha relação apenas com a OAF, citando o ex-diretor executivo, Marcos Paiva, como seu principal interlocutor. Ainda informou não saber que a OAF não poderia terceirizar os serviços e assumiu também que nas obras que executou para OAF não havia procedimento de controle e apresentação de planilhas e relatórios sobre as mesmas.

Na próxima semana, estará depondo na CPI o atual diretor da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (SUCAB), Wellington Passos e Cristiane Esculteiro, gerente da área de Engenharia do Programa Nossa Sopa da Ebal.

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