Zé Neto promoveu seminário para discutir o aquecimento global

Os efeitos provocados pelo aquecimento global e seus efeitos no semi-árido nordestino foi discutido na manhã de segunda-feira (18), durante o Seminário ‘Mudanças climáticas globais e seus impactos no bioma caatinga’. Estudos demonstram que a região será umas das mais afetadas com os efeitos causados pela redução dos índices de chuva, do nível de água dos reservatórios ambientais e secas mais intensas. O evento ocorreu no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), promovido pelo mandato do deputado estadual José Neto (PT/BA) - membro da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa da Bahia.

Na abertura, o deputado destacou a importância dada pela sociedade brasileira ao tema. “Pesquisas já apontam que 43% da população inserem, entre os cinco temas de relevância para o país, as alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global.” Para ele, é necessário incluir meio ambiente como prioridade entre as políticas públicas institucionais, mesmo destacando o esforço da igreja, de setores ambientais e acadêmicos. “É essencial ainda, realizar constantemente parcerias com a sociedade organizada”, disse.

O secretário de Meio Ambiente e Recurso Hídricos do Estado da Bahia, Juliano Matos, informou que o semi-árido passa por um processo de desertificação. “O prognóstico atual da região verificado pela Secretaria não é bom”, disse o secretário. Ele destacou que a política adotada pelo governo é trabalhar com diálogo e ser coerente com o tempo da natureza. “Isso passa por um enfrentamento de revisão dos conceitos da sociedade quanto ao desenvolvimento, técnica, eficiência do ponto de vista produtivo e o consumo. O Estado da Bahia não vai fugir à luta”. Segundo ele, no último dia 5, foi lançado o programa Floresta Bahia Global, que visa compensar, através de reflorestamento, a emissão na atmosfera de gases poluentes por parte dos veículos e aeronaves oficiais e a recuperação de florestas com o plantio de 30 mil mudas de espécies nativas no sul do estado. “Esta ação se encontra em consonância com o tratado de Kioto, ratificado em 2005 por 160 países, entre eles o Brasil”.

Entre os palestrantes, o diretor-geral da Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia (SRH), doutor Júlio Rocha, pontuou a necessidade da mudança de hábitos para a redução das conseqüências trazidas pelas variações climáticas, em especial a região semi-árida. “Vamos promover o ‘Fórum Baiano de Mudanças Climáticas e Biodiversidade’ e o ‘Seminário de Combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca’, para discutir os problemas climáticos”, informou. A reunião preparatória está marcada para o dia 17 de julho e, o seminário internacional (PAN), nos dias 19, 20 e 21 de agosto.

O palestrante e membro do Fórum Baiano de Mudanças Climáticas, Osvaldo Soliano, abordou o tema ‘Biocombustíveis e sua contribuição para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas’. Soliano disse que o aumento da temperatura compromete a produtividade de culturas de alimentos, fibras e produtos florestais, abrindo caminhos para a fome da população. A última palestra foi proferida pelo professor e assessor especial da SEMARH, Juracy Marques. Ele abordou o tema ‘Desertificação no semi-árido’, mostrando a atual fragilidade deste bioma. “Nos próximos dez anos, a cobertura florestal da Caatinga diminuiu 30% de sua área total, em função de parques industriais que utilizam espécies nativas como fonte de energia”, explicou o assessor.

No seminário, estiveram presentes também o diretor de Meio Ambiente de Feira de Santana, Sérgio Aras, o coordenador regional do Centro de Recursos Ambientais (CRA), Messias Gonzaga, representando a diretora geral do CRA Beth Wagner, o presidente do Instituto Jera, Gilberto Rios, o secretário de agricultura de Feira de Santana, Mário Borges, o tenente do 35º BI, Maurício Tahira, representantes de associações comunitárias, ONG`s, além de entidades em defesa do meio ambiente - Movimento Água é Vida, Agenda 21, Fundação Ecológica Buriti, entre outras.

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