A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa da Bahia que investiga irregularidades na Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), foi marcada pela confirmação das contradições dos depoimentos do ex-presidente da Ebal, Omar Britto, do ex-diretor de engenharia da mesma empresa, Leôncio Cardoso, e do diretor executivo da OAF, Marcus Paiva. Os três foram acareados na manhã desse 11 de julho.
A OAF foi contratada pela Ebal para realização de manutenção predial em Salvador e região metropolitana. Acontece que o serviço foi realizado, também no interior do estado, por empresas terceirizadas que, segundo Marcus Paiva, eram selecionadas pela diretoria da Ebal. Ainda afirmou que, a OAF formalizou contrato com apenas duas empresas (Silveira Empreendimentos e Comasa Construções), embora tenha utilizado os serviços de outras tantas.
Inicialmente o ex-diretor de engenharia, Leôncio Cardoso, disse saber das tercerizações feitas pela OAF. Mencionou que algumas empresas já prestavam serviços à Ebal antes da contratação desta organização. Além disso, alegou que o setor de engenharia encaminhava à OAF o nome de certas empresas selecionadas por “seus superiores” para prestar os serviços que seriam fiscalizados por esse setor, sem a interferência da referida ONG.
O ex-presidente, Omar Britto, reafimou que desconhecia as tercerizações, apesar de Leôncio ter dito que comunicou o fato a toda diretoria da empresa.
Nenhum dos acareados assumiu a responsabilidade pelo controle fiscal, trabalhista e previdenciário das empresas que prestavam serviços para a Ebal através da OAF.
O presidente e o relator da CPI, requereram a quebra de sigilo bancário da OAF, bem como do controle dos recolhimentos fiscais, trabalhistas e fiscais da instituição, além da convocação o ex-gerente de compras da Ebal, Alexandre Galvão, e do ex-diretor de operações, Mario Galvão de Souza. “Estamos numa fase conclusiva. Acredito que a quebra dos sigilos fiscais e as acareações irão viabilizar provas concretas sobre os “acontecimentos” dos últimos anos na Ebal”, afirmou o relator, deputado José Neto.
A próxima reunião (18) ouvirá, na condição de testemunha, a senhora Jeovaci Alves Silva Dias, ex-secretária de Omar Brito, ex-presidente da Ebal.