A ministra Dilma Rousseff e o governador Jaques Wagner participaram do ato público, que reuniu uma multidão na Praça Castro Alves, em Salvador
A praça Castro Alves, em Salvador, foi tomada pelo povo e pelo sentimento de orgulho da população negra, que celebrou nesta sexta-feira (20) o Dia da Consciência Negra. A data é uma referência a Zumbi dos Palmares, morto em 1695 lutando contra a escravidão no Brasil.
A festa foi marcada por um ato público, com a presença de diversas autoridades, dentre elas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Jaques Wagner e a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, que ficaram sentados lado a lado e discursaram sobre a luta pela redução da desigualdade entre negros e não negros.
No estado com a maior concentração de afrodescendentes do País, Lula assinou 30 decretos para a titulação de comunidades de quilombos de 14 estados. O presidente também rubricou, no mesmo ato, o recém aprovado Estatuto Nacional da Igualdade. Entre outras coisas, o documento estabelece a obrigatoriedade do ensino da história geral da África e do negro no Brasil, o incentivo às atividades produtivas rurais da população negra, além de criar punição para o crime de racismo na internet e a cota de 10% para negros entre os candidatos escolhidos pelos partidos políticos.
Lula, Dilma e Wagner, juntos pelo povo negro!
O governador Jaques Wagner destacou as ações dos governos federal e estadual na luta contra a desigualdade racial. Wagner lembrou que a maioria dos benefícios de programas como Bolsa Família, TOPA, Água para Todos e Luz Para Todos são para a população negra. “Nos últimos anos, dezenas de milhões de brasileiros ascenderam da pobreza para a classe média e dentre eles o maior percentual era de negros e negras”, pontuou. Para o governador da Bahia, Lula é uma referência na luta contra a discriminação racial no mundo. “Zumbi e Lula são ícones da luta pela cidadania do povo negro”, disse.
Depois de cumprimentar a todos, a ministra Dilma Rousseff também discursou para os cerca de 15 mil presentes sobre as ações do Governo para diminuir a desigualdade racial. Ouvindo coros de “olê, olê, olê, olá! Dilmá! Dilmá!”, a ministra afirmou que o trabalho que este governo vem fazendo em prol da população negra visa a reparar os séculos de exploração e falta de atenção por parte dos governantes. “O Brasil está pagando uma dívida histórica com a população negra”, explanou.
Após a ministra, o presidente tomou a palavra. Lula fez um discurso inflamado sobre a discriminação e o preconceito no Brasil, contra os quais sempre lutou e continuará lutando. “Nunca fui vítima de preconceito por ser negro, mas sofri preconceito por ser pobre e nordestino; mesmo assim, venci os preconceitos e virei presidente da república”, proferiu.
O presidente finalizou seu discurso fazendo prognósticos. “Eu quero voltar aqui no ano que vem e curtir uma praia no feriado, pra comemorarmos um ano do Estatuto da Igualdade Racial; e daqui a dois anos, comemorar com a companheira Dilma na presidência da república”, disse, confiante na aprovação do Estatuto da Igualdade pelo Senado Federal e na vitória da ministra Dilma em 2010.