Deputado Zé Neto e empresários de laticínios discutiram perspectivas para o segmento
Promover a interação entre os empresários das indústrias de laticínios da Bahia no debate sobre os rumos e as perspectivas do setor. Esse foi o principal objetivo do 1º Encontro das Indústrias Baianas do Setor do Leite e Derivados, realizado nos dias 8 e 9 de abril, no Hotel Catussaba Resort, em Salvador.
Organizado pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de Leite da Bahia (Sindileite), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado (Fieb), o encontro contou com a presença do deputado estadual Zé Neto (PT), representantes do Ministério da Agricultura (Mapa), do sistema Faeb/Senar, do Sebrae, do Banco do Nordeste, empresários regionais e representantes de órgãos relacionados à fiscalização, monitoramento e controle de qualidade dos produtos lácteos.
Idealizador da cadeia do leite na Bahia, Zé Neto destacou a importância do encontro e parabenizou o Sindileite pela iniciativa. O parlamentar ressaltou as ações desenvolvidas no Estado para aprimorar e desenvolver o setor, considerando a importância de tornar a Bahia auto-suficiente na produção.
Zé Neto também chamou a atenção dos empresários para a execução de projetos e analisou o cenário atual do setor. O deputado falou dos esforços do Governo Wagner para sanar as deficiências e organizar toda a cadeia produtiva, por meio da Câmara Setorial do Leite.
A Bahia produz 920 milhões de litros de leite ao ano, mas o consumo anual é de 1,5 bilhão de litros, o que representa um déficit de 580 milhões. “O cenário é deficitário. Somos o sétimo maior estado produtor de leite do país, o terceiro maior em número de vacas ordenhadas, mas o 23º em produtividade”, informou Zé Neto.
A mesa de abertura do encontro também contou com a presença do secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles. Dentre as informações prestadas por Salles, destacou-se o ingresso da Bahia no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi). A iniciativa possibilitará que os laticínios baianos comercializem seus produtos para todo o país.
O secretário da Agricultura também falou sobre o desenvolvimento do Programa de Educação Sanitária e o trabalho de georreferenciamento de propriedades leiteiras, desenvolvidos pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Além disso, Salles destacou o apoio à implantação do Laboratório de Qualidade do Leite, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), e a certificação de seis fazendas livres de Brucelose e Tuberculose, iniciativa inédita no Brasil.
“Produzimos leite em todo estado da Bahia, sendo que 80% dessa produção é oriunda do segmento familiar. É preciso inserir o pequeno produtor. Queremos um programa conjunto com as representações sociais e as indústrias”, afirmou o secretário.
De acordo com o presidente do Sindileite, Paulo Cintra, os temas abordados durante os dois dias do evento contribuíram para aprimorar a visão de negócio dos empresários. “Não temos ainda uma cultura de atuação mais integrada. Queremos passar a ideia de que unidos podemos ser muito mais fortes e esse foi o nosso objetivo maior com a realização desse evento: o fortalecimento do setor na Bahia”, explicou.
Soluções para os gargalos do setor também foram discutidas no encontro. Segundo Paulo Cintra, as dificuldades do segmento estão relacionadas à falta de mão de obra qualificada e à concorrência de outros estados. “Precisamos garantir um produto de qualidade, mas também precisamos ter condições de entrar no mercado de forma competitiva”, apontou o presidente.
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