O secretário de Saúde, Jorge Solla, conseguiu R$ 3,8 milhões de verba do SUS para urgência e emergência do Hospital Dom Pedro de Alcântara, mas o prefeito José Ronaldo só quer passar 20 por cento do valor
A atitude do prefeito José Ronaldo em não querer repassar integralmente o recurso adicional de R$ 3,8 milhões conseguido pelo governador Jaques Wagner, através do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tem causado indignação em Feira de Santana. O recurso deveria ser aplicado no atendimento de urgência e emergência do HDPA, além de viabilizar o funcionamento do centro de oncologia para o tratamento das pessoas com câncer, o que só seria possível com o direcionamento deste valor ao hospital para a ativação dos 12 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em funcionamento 24 horas.
Jaques Wagner conseguiu R$ 21 milhões para a saúde baiana, R$ 3,8 milhões foi o valor destinado ao HDPA e deste, R$ 2,7 milhões dependem excluisivamente do poder municipal. Enquanto o prefeito se nega a repassar o recurso para o Hospital Dom Pedro de Alcântara, alegando que emergência e urgência não são as prioridades do município, mais de quatro milhões de pessoas sofrem com a falta de UTI nas unidades de saúde pública.
O deputado estadual Zé Neto, que tem sido interlocutor do governo estadual em Feira de Santana, faz um apelo ao prefeito para deixar as divergências políticas de lado e pensar na carência da saúde no município. “É preciso que o prefeito tenha a sensibilidade para avaliar o que é prioritário para a população de Feira e região, pois não podemos admitir que pessoas continuem morrendo por falta de UTI ou de atendimento nas emergências dos hospitais públicos”, avalia o deputado.
“O governo estadual tem feito o que pode para ajudar Feira de Santana em diversas áreas e vai continuar buscando melhorias tanto para a saúde quanto para obras de saneamento e outras. Este recurso veio em boa hora porque com o funcionamento da urgência e emergência do Dom Pedro, desafogaria o atendimento no Hospital Geral Clériston Andrade e, consequentemente, daria mais dignidade aos cidadãos que procuram as unidades públicas de saúde. O que não podemos concordar é quando o Estado viabiliza recursos para esta cidade, o prefeito trava o repasse”, desabafa Zé Neto.