Governo compra mais 500 mil doses para vacinao contra meningite C

Anúncio foi feito durante coletiva à imprensa na Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) para revelar a situação da meningite em Salvador e as medidas que estão em curso

O governo da Bahia garante a imunização da população de Salvador contra a meningite meningocócica (tipo C). A decisão foi tomada nesta segunda-feira (10), após levantamento e análise dos dados ocorridos até o último sábado. Nos demais municípios, inclusive na Região Metropolitana de Salvador (RMS), houve redução de casos. Serão vacinadas 250 mil pessoas por faixa etária.
O governador Jaques Wagner já autorizou a compra de 500 mil doses da vacina, que será importada do laboratório Baxter, por não ser produzida no Brasil. A vacina será direcionada inicialmente a dois grupos: de 10 a 14 e de 15 a 19 anos, que devem começar a ser imunizados ainda este mês. As doses da vacina para pessoas de 20 a 24 anos estão sendo negociadas junto ao Ministério da Saúde.
O anúncio foi feito durante coletiva à imprensa realizada na Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), para revelar a situação da meningite em Salvador e as medidas que estão em curso, com a presença dos secretários da Saúde do governo estadual e de Salvador, Jorge Solla e José Carlos Raimundo Brito, respectivamente, e das equipes de vigilância de saúde dos dois poderes.
Segundo Solla, quase todo paciente que tem meningite é do tipo C e houve um aumento em relação a 2008. Por conta desse aumento e por a bactéria ser característica do público jovem, o governo da Bahia vai imunizar essa faixa de idade.
Com a aquisição de 1,5 milhão de doses da vacina contra meningite C destinadas a crianças de até cinco anos, grupo mais vulnerável em 2009, o quadro epidemiológico repercutiu positivamente, sem nenhum registro de morte até o último sábado. “Apenas dois estados no Brasil estão imunizando menores de idade. Entre eles, a Bahia, que realiza a imunização nas crianças até cinco anos”, informou o secretário estadual.
Ele apresentou os números de casos da meningite tipo C na Bahia, em 2009. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o estado de São Paulo foi o que apresentou em 2009 a maior incidência (número de casos/população) da meningite meningocócica. São Paulo registrou no ano passado 1.216 casos e 231 mortes, e a Bahia ocupa o quarto lugar, com 194 casos e 50 mortes. O segundo colocado foi o Distrito Federal, seguido por Amazonas.
“Em comparação com 2009, houve um crescimento de 42,2% de casos da doença em Salvador. O ministério já tinha tomado a decisão de introduzir a vacinação para 2011 e está trabalhando para antecipar para o segundo semestre deste ano”, explicou Solla.
Bairros com maior incidência
Desde o início deste ano, a incidência maior se dá nos bairros de São Caetano e Valéria, seguidos por Itapuã, Cabula, Beiru, Itapagipe e Liberdade. “Bairros populosos, ambientes pouco ventilados, grande concentração de pessoas num mesmo cômodo e mais adensamento são fatores que constituem maior risco de transmissão”, destacou o secretário estadual. Já os que apresentaram números menores de casos são os bairros de Cajazeiras, Boca do Rio e Brotas.
“Com a vacinação de menores de cinco anos, que ficaram protegidos, houve o deslocamento para as faixas de dez a 14 anos, que passaram a ser a maior preocupação”, ressaltou.
Solla observou que não se pode considerar um surto de meningite, já que o surto é declarado pelo Ministério da Saúde, com a aparição de dez casos por 100 mil habitantes. “Estamos com 0,6 por 100 mil na capital baiana”. Ele disse que nenhum país do mundo erradicou a doença e mais de 95% das crianças menores de cinco anos já foram vacinadas na RMS.
A vacinação controla a incidência da doença, mas não a extingue. Algumas pessoas são portadoras do vírus, mas, pelo fato de terem sido imunizadas, não desenvolvem os sintomas, mas podem transmitir a meningite. Os sintomas mais comuns são infecção intestinal, enrijecimento da nuca e febre alta, tornando o diagnóstico mais difícil.
Para o secretário estadual, a ocorrência, quando muda a faixa etária, tende também a se tornar mais diferente. “Não são casos clássicos. O paciente chega, às vezes, com dor muscular, abdominal, com quadro de amidalite. E algumas horas depois, quando volta ao posto, o quadro se agrava e o diagnóstico é feito. Não é despreparo. Esse deslocamento aumenta, e muito, as formas atípicas da doença”, afirmou.
A Secretaria Municipal de Saúde vem reforçando a capacitação profissional, as medidas e o diagnóstico em toda a rede. “Um grupo de infectologistas está capacitando os profissionais das unidades de saúde, o que possibilita o diagnóstico precoce. A composição de sinais, como febre alta, dor de cabeça e vômito, faz com que seja acionado o alerta para a meningite e o pacienta fique em observação”, destacou José Carlos Raimundo Brito.

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