Representantes de 20 municípios baianos estiveram reunidos na cidade de São Gonçalo dos Campos, para tratar em Audiência Pública juntamente com políticos, diretores e representantes de instituições ligados ao setor avícola, do Desenvolvimento Sustentável da Avicultura da Bahia, especialmente os Integrados que trabalham para a empresa Perdigão.
Um dos maiores problemas enfrentados pela categoria é a falta de diálogo junto à Perdigão. “As reclamações mais contundentes dos pequenos produtores não estão sendo ouvidas. Isso coloca em xeque uma fatia significativa da produção que hoje, como foi visto, está pagando para trabalhar”, salientou o deputado estadual Zé Neto (PT). Disposto a se colocar como interlocutor junto ao Governo do Estado para viabilizar saídas que contemplem ambos os lados, o parlamentar defende o atendimento às emergências.
Segundo representantes da Associação dos Integrados em Avicultura do Estado da Bahia presentes no evento, a partir da fusão das empresas Perdigão e Sadia, em 2009, a companhia praticamente dobrou o seu valor. Eles informaram que de R$ 10,9 bilhões passou para R$ 19,8 bilhões, o que representa um crescimento de 81,6%. Entretanto, os pequenos produtores continuam amargando prejuízos na produção.
Ao final da reunião, uma carta foi formulada com os principais questionamentos e será encaminhada ao governador Jaques Wagner para apreciação e às principais entidades ligadas ao setor da avicultura. Dentre as solicitações dos produtores, estão: revisão técnica para financiamento e novas linhas de crédito, revisão do custo com energia elétrica junto à Coelba e a disponibilização de uma balança móvel para fiscalização na pesagem dos caminhões que carregam frangos, por já ter havido divergências nas aferições efetuadas pela empresa.
Situações apresentadas
Pontos apresentados durante a Audiência Pública quanto à integração apontam 11 situações que vêm prejudicando o produtor, como: ganhos insatisfatórios para os produtores; alto custo no processo de construção de galpões; problemas na distribuição da ração e de frango; atribuição de responsabilidade ao produtor quanto ao manejo inadequado; fornecimento de ração fora das especificações e pintos de má qualidade; sistema de remuneração; descontos realizados pela empresa na conta do produtor que precisam ser esclarecidos; divergência constante entre o peso dos frangos que saem das granjas e o que efetivamente é registrado na balança da empresa; questionamentos quanto à formulação da ração, que sofreu modificações e a dúvida recai sobre a necessidade de peso do frango para efeito de meta e remuneração do produtor e, por último, o posicionamento da associação no que diz respeito às retaliações sofridas pelos produtores.
Presentes - Além do deputado estadual Zé Neto (PT), participaram da audiência pública, o diretor da Associação Baiana dos Pequenos Abatedouros de Aves (Abapa), Almir Eloy; o gerente do escritório regional da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Aurino Soares; a médica veterinária da Adab, Adriana Matos; o diretor da Associação dos Integrados em Avicultura do Estado da Bahia, Guga Ferraz e o membro da mesma associação, o professor Benedito Batista; a diretora da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Edilza Reis Silva; o prefeito de Amélia Rodrigues, Antônio Paim; o vereador de Feira de Santana, Marialvo Barreto; o representante da Secretaria de Estado da Agricultura, Lourival Oliveira; o representante da Associação Baiana de Avicultura (ABA), Jonhson Marques e o presidente da Câmara de Vereadores de São Gonçalo dos Campos, Gonçalo Raimundo Alves de Oliveira.
18
Mai