Em busca da autossuficiência, estado terá aumento na oferta do produto de 1,5 milhão de litros mês
O deputado estadual Zé Neto, apelidado pelo secretário estadual de agricultura Roberto Muniz como “Pai do Leite na Bahia”, participou da solenidade de relançamento da marca Alimba, recentemente adquirida pela alagoana Valedourado junto à multinacional Parmalat. O evento realizado na noite desta quinta-feira (17) no Hotel Pestana, em Salvador, marcou a volta ao mercado baiano da marca após 15 anos.
Até o final de junho, o leite Alimba (Alimentos da Bahia), fabricado no estado, deverá estar no mercado. De acordo com o vice-presidente da Valedourado, Frederico Sampaio, a produção da marca vai exigir uma captação adicional de até 2 milhões de litros de leite todos os meses, sendo 1,5 milhão de litros na fábrica de Itapetinga, sudoeste baiano, e outros 500 mil litros no estado de Alagoas. A empresa investiu cerca de R$ 6 milhões no licenciamento da marca, compra de maquinários e ampliação da indústria na Bahia.
Em seu discurso, o presidente da Valedourado, Ricardo Sampaio, agradeceu a presença de todos, em especial, do deputado Zé Neto, a quem considera um “batalhador” na busca pela modernização da pecuária de leite na Bahia. Em seguida, Sampaio apresentou dados sobre a atual situação da produção de leite no estado. De acordo com o executivo, atualmente a Bahia consume 1,5 bilhão de litros de leite/ano. Entretanto, sua produção anual só chega a 920 milhões de litros, o que significa um déficit de 500 milhões de litros/ano. Segundo Sampaio, com a conclusão das obras na fábrica de Itapetinga, esse déficit será reduzido. Ainda segundo Ricardo Sampaio, em consonância com o que defende Zé Neto, a autossuficiência na produção de leite só será possível passando pelo pequeno produtor. São eles os responsáveis pela maior parte da produção no estado.
Cadeia produtiva
Em sua explanação, o deputado Zé Neto focou seu discurso na importância de se haver um diálogo constante entre produtores de todas as escalas. Segundo o parlamentar, que há anos milita ao lado dos produtores baianos pela reestruturação da Cadeia Produtiva do Leite no estado, “é preciso estabelecer um diálogo sincero, onde o pequeno produtor sente na mesma mesa com o grande produtor, para discutir estratégias de cooperação e expansão da atividade”.
Numa defesa clara da união entre os produtores, o parlamentar afirmou: “A Cadeia Produtiva é todo mundo”. Para Zé Neto, “esse paradigma é fundamental para superar as dificuldades de se produzir no estado e atingir a autossuficiência na produção, fazendo com que essa riqueza fique no estado”.
Um dos idealizadores da marca ‘Leite Bahia’ – iniciativa que prevê a compra e distribuição da produção de leite pela Empresa Baiana de Alimentos (EBAL), fomentando o mercado, assegurando estabilidade para os pequenos e médios produtores e garantindo a qualidade do produto – e incentivador da instalação da Câmara Setorial do Leite, o deputado comemorou o retorno da marca Alimba ao mercado baiano, que para ele representa “mais uma importante conquista do setor” após anos de inércia e falta de atenção aos produtores por parte de governos passados.
Mais empregos
De acordo com a Valedourado, serão gerados 228 empregos diretos até 2011 e mais 2.500 indiretos referentes a ativação da bacia leiteira da Bahia, onde os produtores terão uma forte opção de escoamento de suas produções.
Presentes
Além de Ricardo Sampaio e Zé Neto, participaram da mesa o presidente da Associação Baiana de Supermercados (ABASE), Teobaldo Costa; o prefeito de Itapetinga, José Carlos Moura; o chefe de gabinete da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Luiz Gonzaga; e o diretor de desenvolvimento empresarial da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (SUDIC), Ricardo Taboza.
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