A CPI que investiga irregularidades na Ebal, durante a gestão passada, teve na manhã dessa quarta-feira, 26 de setembro, uma das denúncias mais graves nesses 6 meses de investigações. O depoente revelou, que notas fiscais, dos anos de 2004 e 2005, no valor de cerca de R$ 3,7 milhões, pagos pela Ebal, não são oriundas de relações comerciais de sua empresa com a Comasa. As informações constam em relatorio da AGE, que ainda apresentam divergências entre a quantidade de materiais e os valores descritos na primeira e segunda via, além de não possuirem carimbos dos postos fiscais da Secretaria da Fazenda, que comprovam a circulação das mercadorias.
O proprietário da Cosme Bispo dos Santos, em Aicuara, negou ter vendido qualquer mercadoria à Comasa, evidenciando a fraude cometida com o dinheiro público. Ainda ressaltou que fechou a empresa no ano de 2004 devido ao baixo retorno financeiro, tendo faturamento médio de apenas R$ 2 mil mensal, e que pela dimensão física da loja (50m²) seria impossível armazenar a quantidade de materiais descritos pela AGE.
O deputado José Neto, relator da CPI, lembrou que na época da auditoria da Secretaria da Fazenda, a empresa já não funcionava no local, o que, mais uma vez, evidencia a inexistência da relação comercial. “Ouviremos José Gomes e Cosme Bispo juntos para confrontar as informações, mas, independente da veracidade das mesmas, o fato é que o dinheiro foi pago pela Ebal, gerando um prejuízo ao erário público de cerca de R$ 3,7 milhões”, afirmou o relator.
O relator ressaltou que a quebra de sigilos bancários, fiscal e de dados telefônicos de alguns envolvidos já está encaminhada, e será fundamental para materializar as denúncias e servir de prova legal para as investigações.
Para confirmar as informações do último depoimento, o proprietário da Cosme Bispo dos Santos, voltará à CPI, em posse da sua documentação fiscal, na próxima reunião, 03 de outubro, juntamente com o seu contador, Ednaldo Silva, responsável também pela emissão das notas fiscais. Também será convocado o representante da Comasa, José Gomes, que supostamente efetuou o pagamento. A CPI ouvirá no mesmo dia, o proprietário da Axxo construtora, Arnaldo Gusmão, responsável pelo gasto, entre 2002 e 2004, de R$ 4,7milhões na reforma do galpão que sedia a fábrica do programa Nossa Sopa.