Nobel de Literatura buscou inspirao no serto da Bahia para escrever livro

Llosa é o primeiro escritor sul-americano a ganhar o Nobel de Literatura, desde Gabriel Garcia Márquez, em 1982

Um lugar que respira história, com belezas naturais distintas, uma região marcada pelo sofrimento de seu povo e pela religiosidade. Assim pode ser definido o município de Canudos, no sertão da Bahia, palco da Guerra de Canudos e inspiração para o livro "A Guerra do Fim do Mundo", do escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2010, anunciado na quinta-feira (7).
Llosa é o primeiro escritor sul-americano a ganhar o Nobel de Literatura, desde Gabriel Garcia Márquez, em 1982. Ele passou vários meses no município em busca de inspiração e escrevendo os primeiros rascunhos do romance, baseado em vastas pesquisas e nos depoimentos de moradores das vilas de Canudos.
Inspirado nos fatos históricos da Guerra de Canudos, liderada pelo peregrino Antonio Conselheiro, que conseguiu reunir vários sertanejos na defesa da liberdade e justiça, o livro traz uma riqueza de detalhes sobre a vida do sertão baiano, com personagens reais e imaginários. Canudos também já foi tema de outros livros importantes como Os Sertões, de Euclides da Cunha.
O município, a 410 quilômetros de Salvador, possui aproximadamente 14 mil habitantes. Uma boa opção para fazer turismo são os locais onde foram travados os combates da guerra (1896 a 1897), que marcaram o período entre a queda da monarquia para a instalação do regime republicano no Brasil. Outra opção é o Roteiro das Milícias Republicanas, que mostra a bela paisagem, as serras, as aves raras e a vegetação típica do sertão, que é a caatinga.
O secretário de Cultura de Canudos, José Raimundo Teixeira, destaca a importância do prêmio Nobel para o turismo no município. “Toda premiação levanta uma expectativa. Depois do anúncio do prêmio, a tendência é que as pessoas criem um interesse em conhecer o lugar onde aconteceu a guerra contada no livro. Isso valoriza o lugar. Esse prêmio é merecido, pois o povo daqui já sofreu muito”.
Romaria de Canudos
Desta sexta-feira (8) até domingo (10) será realizada no município, a 23ª Romaria de Canudos, um marco na história do lugar e um resgate de sua memória. O tema deste ano é “Canudos, um exemplo de economia solidária”, que articula a economia solidária à experiência cristã. A Romaria busca contribuir para o desenvolvimento sustentável da região a partir das potencialidades do lugar como o turismo, agricultura irrigada e de sequeiro, pesca e piscicultura, educação para a convivência com o semiárido e manifestações culturais.
Parque Estadual

Local procurado para estudos ecológicos, arqueológicos, científicos, históricos e educacionais, o Parque Estadual de Canudos (PEC) encanta os visitantes mais interessados na história da Guerra de Canudos. Ali existe uma espécie de sítio bélico, que preserva os pontos onde ocorreram as principais batalhas em uma área de aproximadamente 18 quilômetros quadrados.
Vários pontos de interesse histórico e arqueológico estão conservados no PEC, a exemplo do Vale da Degola, onde chefes expedicionários cortavam pescoços de jagunços, o Vale da Morte, onde militares sepultavam alguns defuntos, e o Alto do Maio - também conhecido como do Maia ou do Mário -, onde morreu o coronel Antônio Moreira César (1850-1897), comandante da terceira expedição. Destacam-se também a Fazenda Velha, a Pedra do Conselheiro, dentre outros.

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