Parlamentar prestigiou evento e exaltou sua importância para que as raízes culturais brasileiras permaneçam vivas
Com o tema “A abertura revolucionária do espaço para que o novo se manifeste”, aconteceu no último sábado (27) a abertura da X Bienal do Recôncavo, na cidade de São Félix, no Recôncavo da Bahia. O evento contou com a presença de diversos artistas, autoridades, estudantes e as comunidades de Cachoeira e São Félix. O Ministro de Estado de Cultura, Juca Ferreira, acredita no sucesso da Bienal e na sua contribuição para o desenvolvimento do Recôncavo Baiano.
“Encho-me de entusiasmo por vê-la chegar à sua décima edição. A Bienal é mais que uma exposição de artes visuais, é um espaço que dá asa à imaginação, estimulando ações performáticas, promovendo shows musicais e reflexões muitas: do direito autoral à história da arte, do patrimônio cultural à religiosidade”.
Pedro Arcanjo, Diretor do Centro Cultural Dannemann e coordenador do evento, afirma que “não queremos criar artistas individuais, nem mesmo uma nova arte em particular nos interessa; nos movemos a construção de uma nova sociedade, uma nova vida, novas instituições do mundo, um novo modo de sentir, viver e agir no planeta. Acredito que esse evento contribua para a contemporaneidade do Recôncavo da Bahia. Pois ele incentiva novos artistas, promove a diversidade estética, contribuindo com os costumes sociais, tentando desestabilizar a lógica senhorial autoritária do Recôncavo”.
O artista plástico Joãozito, que já foi premiado na Bienal, pontua que esse é um “grande espaço de manifestação da beleza tradicional, como o samba, com o que há de mais moderno em tecnológicas. Tradição, mistura de todas as terras, uma mistura que só acontece na Bahia”.
Esse evento também facilita a integração da comunidade local com os estudantes da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), que possui um campus na cidade de Cachoeira, o Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL). O diretor do CAHL, esteve presente no evento e falou da importância da Bienal para a valorização do Recôncavo. “Essa é a prova que a Bahia, centralizada historicamente, reconhece o Recôncavo como o coração da história da Bahia, berço do Brasil. A UFRB se envolve nesse projeto, temos professores envolvidos, colegas premiados. A comunidade da UFRB está presente, o que promove a integração com todo o Recôncavo”. Os estudantes de cinema da UFRB, Flávia Pedroso e Cauê Rocha, estão participando da X Bienal do Recôncavo com a exposição da obra “Rito de Passagem”. Flávia, cortou os próprios cabelos para compor a sua criação.
O deputado Estadual Zé Neto, esteve presente no evento, e falou da sua importância para que as raízes culturais brasileiras permaneçam vivas. “Esse evento nos mostra as origens da contemporaneidade da Bahia, da beleza ao sugestivo, do estranho ao íntimo. A Bienal não deixa evaporar as águas do Paraguassu, que caminha para o mar. Com seu Pedro Arcanjo, com tutano de marinheiro, costurando as velas e futucando o vento para navegar mais forte. Chego e saio do nosso Recôncavo admirado com essa mistura. Uma luz calma que vem de jardim de convento misturada com um reggae negramente universitário e ligadão. Voltando ladeira acima, trazendo para o meu sertão os pés e a cabeça fantasiosos e contaminados de Recôncavo e poesia da mais boa, o que me faz alimentar a alma da boa luta. Viva a 10º Bienal do Recôncavo! A Bienal 10! Sensacional!”
A noite de abertura teve apresentação do Samba de Roda Esmola Cantada e a apresentação do cantor de reggae Sine Calmon. Diversas obras estão expostas na Bienal, que vai até o dia 24 de março de 2011, no Centro Cultural Dannemann, em São Félix.
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