Seminário discute superlotação das emergências nos hospitais públicos da Bahia

Evento realizado no Hospital Roberto Santos propôs a criação de fórum para discutir questão das Emergências

A superlotação nas Emergências dos hospitais públicos é uma questão que afeta a todos: gestores, médicos, enfermeiros, pessoal de apoio e, claro, os pacientes e seus acompanhantes. O Hospital Geral Roberto Santos, que mantém três Emergências (Adulto, Pediátrica e Obstétrica) em regime porta aberta, para onde são canalizados centenas de pacientes todos os dias, vem adotando medidas para superar os problemas. Por isso, promoveu hoje (15), em parceria com o Sindicato dos Médicos no Estado da Bahia (Sindimed), o seminário “Ética e condições de trabalho nas Emergências públicas”.
O seminário reuniu representantes de entidades fundamentais na questão do trabalho desenvolvido nas Emergências, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Ministério Público do Estado da Bahia, Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e Central Estadual de Regulação da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, além de médicos e outros profissionais que atuam nessa área. “Nosso objetivo mais específico foi o de analisar o problema do ponto de vista dos médicos que estão na ponta do serviço”, definiu o presidente do Sindimed, José Caires Meira, ele próprio atuante na Emergência do HGRS.
Para o diretor do Hospital Geral Roberto Santos, Paulo Barbosa, debates como esse são da maior importância, por enfocar uma questão que está sempre na ordem do dia. “Consumimos grande parte do tempo tratando dos conflitos que envolvem a Emergência, com um custo para as pessoas envolvidas e para a própria instituição. Um debate qualificado, como este, serve de encaminhamento na busca de soluções capazes de melhorar a assistência”, afirmou. “Conversar em forma de seminário, como estamos fazendo nessa primeira iniciativa, é uma boa maneira de estabelecer um diálogo, e não há nada melhor que diálogo para minimizar os conflitos”, complementou o diretor do Sindimed, João Paulo Farias, que atuou como moderador.
Fórum de discussão
Também participaram do seminário, como expositores, o médico Osvaldo Alves Bastos Neto (SAMU); o promotor de Justiça Rogério Queiroz (Ministério Público); a diretora de Regulação da Assistência à Saúde, Vincenza Larusso (Direg – Central Estadual de Regulação); o conselheiro Antonio Dórea (Cremeb-Bahia); e o coordenador médico da Emergência do HGRS, Thiago Milet, representando as Emergências públicas. Rogério Queiroz, atualmente integrando o Gesau – Grupo de Atuação Especial em Defesa da Saúde, do MP baiano, propôs a criação de um fórum, para aprofundamento das discussões.
“Fazemos parte do problema, mas também podemos fazer parte da solução. Propomos que se estabeleça um fórum, a exemplo do que se fez com a questão do vírus HIV, capitaneado pelo Gapa, onde se possa trabalhar a atenção básica e propor soluções para a alta complexidade e a regulação. O Ministério Público pode auxiliar os diretores, os médicos. Importante é que seja formalmente criado o fórum, que deve ser aberto a quem quiser participar”, disse Queiroz.
Para o conselheiro do Cremeb, Antonio Dórea, a sociedade precisa ser melhor informada sobre qual é o papel fundamental da Emergência, até para que pacientes com perfil para ser atendido pela rede de atenção básica não se acumulem nas portas de Emergências de hospitais de alta complexidade, como o HGRS. “A sociedade não sabe o que está acontecendo, porque os médicos conversam entre si. A medicina como um todo vive uma crise que se agrava a cada dia que passa”, opinou.
Paulo Barbosa listou as medidas já adotadas para melhorar a assistência nas Emergências do HGRS, como a implantação do Acolhimento com Classificação de Risco, que já diminuiu muito o conflito com o usuário na porta da Emergência. “Também conseguimos suprir a escala com técnicos e enfermeiros, mas ainda temos uma escala de médicos muito defasada pela imensa dificuldade de conseguir clínicos para atuar nas Emergências. Precisamos criar a cultura do médico emergencista”, argumentou.

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