O Método Canguru é um tipo de assistência neonatal que implica contato pele a pele entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso. Com a posição canguru, há um aumento do vínculo mãe-filho, que auxilia no desenvolvimento psicomotor dos recém-nascidos de baixo peso e promove o aleitamento materno. Por isso, este método tem sido utilizado em diversas unidades de saúde do mundo.
Tendo como uma de suas prioridades a humanização do atendimento, o HEC também adotou o Método Canguru e já conta com 10 leitos. Para fazer parte do programa, o recém-nascido deve ter no mínimo 1.250 kg e possuir um quadro clínico estável. "São muitas as vantagens deste método. Além do estreitamento do vínculo entre mãe e filho, há um estímulo ao aleitamento materno, que gera maior competência e confiança dos pais no cuidado com seu filho. Melhor controle térmico do bebê, menor permanência hospitalar e diminuição do risco de infecção hospitalar também são vantagens da execução deste método", esclarece o médico Dr. Gervásio Fernandes do Santos, coordenador do programa e da Unidade e Terapia Intensiva Neonatal do HEC.
Durante a permanência no Método Canguru, as mães recebem orientações de uma equipe multidisciplinar que envolve médicos (neonatologistas, neurologistas, otorrinolaringologistas, oftalmologistas), enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que visam à garantia de que os pais terão acesso aos cuidados especializados necessários ao recém-nascido de baixo peso.
Ensino e Pesquisa
O Hospital Estadual da Criança também nasceu para ser referência na área de Ensino e Pesquisa no país. Apoiado pelo Instituto Sócrates Guanaes, que gere o hospital e tem como missão "promover saúde através da Educação", o HEC tem promovido cursos, treinamentos não somente para qualificar seus colaboradores e equipe médica, mas como também prestar um serviço à comunidade acadêmica. Prova disso, é que já estabeleceu algumas parcerias e convênios com universidades da região, para oferecer estágios e até mesmo qualificar os futuros profissionais que poderão atuar na instituição. "A partir do segundo ano de funcionamento, teremos a residência em pediatria” , explica a diretora.
Cursos e treinamentos na área de radiologia, anestesiologia, cirurgia, enfermagem em UTI e fisioterapia já foram realizados desde o início das atividades do hospital, e boa parte deles costuma reunir profissionais de diversos estados do país, que se entusiasmam com o Hospital. “Só a educação poderá transformar o hospital. A estrutura é ótima, mas não faz o hospital; quem o faz são as pessoas.
Nós só vamos construí-lo com gestão e uma das principais ferramentas para isso é a educação.”, afirma o médico André Guanaes, presidente do ISG, gestor do hospital.
“Eventos como esse demonstram o compromisso do instituto com a comunidade. O futuro dessa unidade é certamente brilhante.”, ratificou o cirurgião pediátrico Pedro Paulo Vanzillota, que atua no Rio de Janeiro, durante a I Jornada de Cirurgia e Anestesiologia Pediátrica, realizada em dezembro de 2010.
Futuro
O Hospital Estadual da Criança deverá estar em total funcionamento após dois anos de atendimento, um parâmetro comum para um hospital dessa complexidade.
A partir do próximo mês o atendimento ambulatorial do HEC será ampliado, e especialidades como ortopedia, pneumologia, endocrinologia, hematologia, hebiatria, gastroenterologia, neurocirurgia, anestesiologia, cirurgia geral, cirurgia plástica, nefrologia, urologia, dentre outras, estarão sendo oferecidas na unidade.
"Costumamos ouvir em alguns lugares que o Hospital não deveria ter aberto suas portas se não estivesse em pleno vapor, e muito se critica sobre o funcionamento gradativo. Durante esses seis meses de vida, entendemos que somos como um dos nossos bebês da mesma idade que ainda tem muito a aprender e contribuir com a vida das pessoas que estão ao seu redor, mas o fato de ter nascido, com certeza, mudou a vida de cada uma delas. Vidas que nem sempre podem esperar", ressalta a diretora Edilma Reis.
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Mar