AL: sesso especial marca atividades do Abril Vermelho na Bahia

Evento contou com a participação massiva de movimentos sociais organizados

Proposta pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT), a sessão especial realizada na manhã desta sexta-feira (15), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), antecede o dia 17 de abril, que acabou se tornando o Dia Mundial de Luta pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, marcando as atividades do Abril Vermelho - celebrações organizadas ao longo dos últimos anos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para rememorar o massacre de vários camponeses em Eldorado dos Carajás.
Colocando o assunto de volta na pauta de debates da sociedade baiana, o proponente do evento disse que esta é uma forma de chamar a atenção para que acontecimentos como o ocorrido no Pará em 1996 não voltem a ocorrer. “O sentimento de impunidade ainda permanece . Queremos justiça no campo e ela chegará não apenas com a punição dos assassino, mas, principalmente, com a efetivação da Reforma Agrária, frisou Marcelino ao dizer que a democratização do acesso à terra é decisiva para consolidar a estabilidade econômica brasileira. “Sem reforma agrária não se acaba com a pobreza e a miséria no país”, afirmou.
O coordenador Nacional do MST Márcio Matos, enfatizou que “lutar não é crime. Por isso estamos ocupando diversas regiões da Bahia neste mês de abril, mostrando nossa organização e vontade de justiça social. É assim que prestamos homenagem àqueles que morreram por esta causa”.
A representante do Movimento de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (CETA), Ednólia Moreira, conclamou os presentes a continuarem nutrindo o sentimento de coletividade. “Precisamos nos unir cada vez mais em mobilização, unir nossas bandeiras para não fugir do pensamento de que essa causa é de todos nós”, advertiu Ednólia.
Para a deputada estadual petista, Neusa Cadore, o MST é um dos movimentos que mais chamam a atenção para o compartilhamento do que é de direito de todos. “Vocês (dos movimentos sociais organizados) dão um grande testemunho à sociedade do que é o trabalho e a luta pela justiça”, disse.
Já o deputado federal Walmir Assunção (PT), ex-assentado e que tem um histórico ao lado dos movimentos de luta pela terra, disse que “estamos aqui para reafirmar que o sonho dos sacrificados pela democratização do acesso a este bem continua vivo”.
Representando o ministro do Desenvolvimento Agrário - o baiano Afonso Florence -, Lourival Gusmão, relembrou a luta ocorrida nos grandes centros urbanos por igual causa: democracia. “Tanto no campo quanto nas cidades muitos companheiros tombaram pela democratização em várias áreas e não podemos deixar que essa chama se apague. Por mais que o ex-presidente Lula tenha feito pelo povo mais humilde, muito ainda falta para ser feito. Com o governo Dilma, continuidade do governo anterior, temos essa possibilidade porque a casa (administrativamente) já está arrumada”, falou.
Em sua fala, Luiz Gugge, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na Bahia, disse que “promover a reforma agrária é garantir a cidadania daqueles que têm a expertise de trabalhar no campo, mas que são empurrados para os centros urbanos”. Ele ainda falou a respeito de programas encabeçados pelo Instituto a exemplo do Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), que tem a missão de ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados e constitui-se em instrumento de democratização do conhecimento no campo, ao propor e apoiar projetos de educação que utilizam metodologias voltadas para o desenvolvimento das áreas de reforma agrária. 
Alberto Viana, Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário do INCRA na Bahia, aproveitou a oportunidade para falar de seu repúdio à criminalização dos movimentos sociais organizados além de ter criticado a mídia por, segundo ele, “não dar ênfase aos trabalhos em prol da reforma agrária realizados pelo Instituto”.
Representando os Pataxós Ran-Ran, Gerson Pataxó relembrou a morte do índio Ubaldino - incendiado por cinco rapazes de classe média enquanto descansava em uma parada de ônibus na Capital Federal no dia 20 de abril de 1997 – e se emocionou ao relembrar o extermínio de seu povo desde a colonização do país até os dias de hoje. “Primeiro fomos massacrados pelos colonizadores. Hoje nossa luta é com os grandes proprietários de terra, com os quais sempre temos conflitos”.
Também participaram do evento o deputado estadual Pastor Sargento Isidório; a Subdefensora pública geral da Bahia, Liliana Sena Cavalcante; o vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Eudes Xavier, além de representantes de diversos movimentos sociais a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento do Pequenos Agricultores (MPA), Indígenas, Quilombolas, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Fetag), da Via Campesina e do Movimento Negro Organizado da Bahia.
Abril Vermelho - começou com as ocupações no interior da Bahia, que continuam de forma pacífica durante todo o mês. Cerca de 35 áreas já foram ocupadas em diferentes municípios como Feira de Santana, Paulo Afonso, Riachão das Neves, Porto Seguro, Itamaraju, Eunápolis, Teixeira de Freitas, Itabela, entre outros. A intenção é que 50 áreas cheguem a ser ocupadas por representantes do MST.
Clique aqui e confira mais imagens da sessão especial.

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