Festa da Irmandade da Boa Morte estimula turismo tnico na Bahia

Calendário de comemorações foi iniciado no sábado (13) e continua até esta quarta (17), atraindo turistas de outras partes do Brasil e do exterior

Tradição que começou em 1820, a Festa da Irmandade da Boa Morte, realizada no município de Cachoeira, é uma das mais importantes manifestações culturais do Recôncavo baiano. Como parte das festividades, a missa solene da Assunção de Nossa Senhora foi celebrada nesta segunda-feira (15), com a presença do governador Jaques Wagner. O calendário de comemorações foi iniciado no sábado (13) e continua até quarta-feira (17), atraindo turistas de outras partes do Brasil e do exterior.

As gêmeas Angilique e Andrea Coleman, 20 anos, e as amigas Marian Gutierrez, 20, e Jessica Reyes, 21, todas afrodescendentes e estudantes norte-americanas, participaram da festa pelo segundo ano consecutivo. “Eu gosto de ver todas as imagens. É importante aprender sobre o candomblé e o catolicismo. Isso me interessa porque gosto de ver as coisas de origem africana. E ver essa celebração de morte e vida, dança, ser humano, é muito gostoso”, diz Andrea.

A francesa Martina Pucheu, que faz aniversário no dia 15 de agosto, está com o marido e uma amiga no Brasil há cerca de duas semanas. Eles vieram da Amazônia para conhecer a Festa da Boa Morte. “Gostamos de coisas autênticas e sabíamos que esta cidade tem patrimônio histórico. Achei a cidade linda, as igrejas, as casas e a irmandade”.

Já a psicanalista Sílvia Disitzer, turista do Rio de Janeiro, está em Cachoeira desde o início da festa. “É um banho de cultura, chegar nesta cidade, onde muita coisa da história do Brasil se passou”. Ela afirma que está encantada com a efervescência cultural, a arte, a tradição e a culinária. “Conheci aqui coisas que eu nem sonhava que existiam no Brasil”.

Confraria

Vinte e três mulheres devotas de nossa senhora integram a irmandade. Para fazer parte da confraria, elas precisam ser descendentes de escravos africanos e ter mais de 50 anos. Segundo Joselita Sampaio, integrante da irmandade, “a Festa da Boa Morte vem dos nossos antepassados e traz grandes vibrações. É o amor sincero que a gente recebe de Maria em cada momento dos nossos dias”.

Após a missa, uma procissão leva a imagem de Nossa Senhora pelas ruas, que ficam lotadas por manifestações culturais de todo tipo. A mistura de nacionalidades, línguas, religiões, sons e cores é também uma oportunidade para quem mora na cidade ganhar dinheiro. “O comércio nesta época aumenta bastante, porque a rotatividade de gente é maior, inclusive de pessoas estrangeiras”, constata a comerciante Ana Cláudia Serra.

Tombamento permite financiamentos públicos e privados

A Festa da Boa Morte foi tombada no ano passado como patrimônio imaterial da Bahia. Com isso, o Estado assume a responsabilidade de preservar a tradição. Entre os benefícios diretos do tombamento está a prioridade para a concessão de financiamentos públicos e privados.

O secretário do Turismo, Domingos Leonelli, diz que “a Festa da Boa Morte é o principal ícone do nosso programa de turismo étnico. Até a nossa produção gráfica tem esta festa como referência. O cenário cultural, religioso e estético favorece muito a atração de visitantes para a Bahia”. Segundo ele, o apoio do Estado à festa tem sido constante, com obras na sede da irmandade e cursos de qualificação profissional. De acordo com Leonelli, a festa recebe também apoio financeiro. “A Bahiatursa, todos os anos, transfere recursos e produz material de divulgação”.

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