Bahia lana programa para estruturar cadeia da carne e garantir segurana alimentar

Representando a ALBA, Zé Neto afirmou que a Bancada da Maioria na Casa dará todo o apóio à Seagri para que os recursos cheguem e que os projetos sejam discutidos, votados e que as políticas públicas sejam implementadas

Detentora do maior rebanho bovino da região Nordeste, a Bahia tem apresentado, nos últimos anos, uma estabilidade sanitária referenciada nacionalmente, demonstrando o fortalecimento de sua defesa agropecuária. Para reforçar ainda mais este perfil e seguir avançando, na manhã desta segunda-feira (3), o Projeto de Implantação de Entrepostos Frigoríficos, considerado um dos mais importantes programas para o desenvolvimento da agropecuária baiana, foi lançado no auditório da Secretaria Estadual da Agricultura e Irrigação (Seagri), em Salvador.

O projeto (que visa combater o abate clandestino e assegurar a segurança alimentar à população) de acordo com o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, foi lançado de forma pioneira no país. Segundo ele, esta iniciativa vai assistir, especialmente, aos agricultores familiares (que respondem por 50% da atividade pecuária baiana).

Para o diretor-geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Paulo Emílio Torres, a implantação de entrepostos frigoríficos dotados de infra-estrutura adequada à legislação sanitária e localizados em instalações anexas ao comércio varejista possuem importância estratégica. “Nos últimos anos a Bahia tem promovido alterações significativas nas relações entre os elos do setor, gerando melhorias na qualidade da carne e subprodutos comercializados e fomentando a saúde pública em todo o Estado”, afirmou Paulo Emílio.

Para ele, o ideal é cada um dos 417 municípios baianos tenha o seu entreposto junto ao centro comercial de carnes, geralmente localizado no mercado municipal. A ideia é contribuir para diminuir o abate clandestino – que ainda representa 40% de todo mercado de carne bovina na Bahia -, e fortalecer o abate inspecionado.

“O entreposto é um caminho para resolver os problemas de abate nos municípios, pois tem custo menor e é mais simples operacionalmente que uma planta frigorífica. É uma forma de consolidar o abate seguro em todo o estado, atendo à legislação e às normas. O Sincar apóia esta iniciativa e está disposto a contribuir para a sua viabilidade”, disse Júlio Farias, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia (Sincar).

O presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), João Martins, também aprovou a iniciativa. “Com a viabilização dos entrepostos frigoríficos, teremos um avanço espetacular na pecuária baiana”, considerou.

“Queremos sensibilizar os parlamentares baianos para que eles coloquem emendas destinando recursos para implantação de entrepostos frigoríficos nos municípios onde eles têm base”, conclamou o titular da Seagri.

Representando a Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual e líder do Governo e da Maioria na Casa, Zé Neto (PT), disse que, no que depender da Bancada a qual representa, a Secretaria não encontrará dificuldades para dar sustentabilidade às cadeias produtivas e aprimorar a sanidade dos alimentos.

"De nós, Bancada do Governo, tenha certeza de que vocês (Seagri) têm todo o apóio e dedicação para que os recursos cheguem e que os projetos sejam discutidos, votados e que as políticas públicas sejam implementadas. Que o Legislativo abrace, cada vez mais forte, esta secretaria que vem fazendo um ótimo trabalho não apenas em prol da cultura econômica, mas do desenvolvimento social em nosso estado”, afirmou o parlamentar ao frisar que investimento em desenvolvimento sanitário não custo, mas ganho.

Durante sua fala, a secretária Estadual da Casa Civil, Eva Maria Chiavon, fez questão de frisar a importância do cooperativismo, da organização e da capacitação. “O mais complexo nisso tudo é a articulação efetiva da gestão, que pressupõe organização e conhecimento. Cooperação é aonde os donos trabalham e onde os trabalhadores são donos. Por isso a incentivamos”, disse a  secretária ao afirmar que o Governo Wagner não tem descuidado da questão sanitária e da segurança alimentar da população.

Presente no evento a fim de firmar termo de cooperação com a Bahia, representando o estado de Alagoas, o secretário da Agricultura daquele estado, Jorge Silva Dantas, falou sobre a preocupação do Governo da Bahia com a geração de emprego e renda e com a qualificação de profissionais e, consequentemente, de atividades diversas. “Esse projeto de entreposto, com certeza, vai gerar empregos direitos e indiretos, vai qualificar mão-de-obra e levar mais qualidade de vida à população, por exemplo. A Bahia está, mais uma vez, de parabéns”, completou Dantas.

O que são os entrepostos – Conforme explicou o titular da Seagri, os entrepostos frigoríficos são estruturas modulares, com capacidade para 30, 50 e 100 carcaças, que serão instaladas junto aos centros comerciais dos municípios, onde funcionam boxes para comercialização de carnes. As carcaças saem dos frigoríficos e vão para os entrepostos, dotados de equipamentos em inox, onde será feita a desossa. Ainda nessa estrutura, uma pequena câmara frigorífica acoplada será utilizada para os miúdos. Atualmente, encontram-se em funcionamento 7 dos 15 entrepostos instalados pela Seagri; a sua maioria no pólo regional de Jequié, entre eles, o entreposto de Mata de São João, que se encontra em plena atividade.

Estrutura - As instalações serão de material pré-fabricado e de rápida montagem, com previsão de conclusão em prazo máximo de 60 dias. Depois de trabalhada no entreposto, a carne é levada para os balcões frigoríficos instalados nos boxes dos centros comerciais, equipados com serrafita e balança, formando um módulo que dá a concepção final à cadeia da carne. Isso garante a segurança alimentar a toda a população, que não correrá o risco de sofrer com doenças que podem causar a morte, principalmente de crianças.

Custo e financiamento - Os custos de implantação variam de R$ 285 mil para a menor, a R$ 320 mil para a de médio porte, e de R$ 538 mil para a maior. Para isso, a Seagri firmou termo de compromisso com o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e a Desenbahia (Agência de Fomento do Estado da Bahia), que disponibilizarão linhas de crédito para apoiar financeiramente a execução do projeto. O programa contempla também a abertura de duas linhas especiais de crédito da Desenbahia, Banco do Brasil e Banco do Nordeste do Brasil. A primeira linha destina-se a financiar cooperativas, prefeituras e iniciativas privadas que queiram implantar entrepostos, e a segunda para financiar os balcões frigoríficos. O Sebrae participa também como parceiro do projeto em capacitação de gestores dos entrepostos, por exemplo.

Bahia amplia número de matadouros frigoríficos - O secretário Eduardo Salles informou que o Governo do Estado conseguiu financiamento, com recursos dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e da própria Seagri, para a constru20 novos frigoríficos que já estão em fase de implantação. Essas novas unidades, somadas a três outras que estão sendo construídas pela iniciativa privada, e aos 30 existentes vão ampliar para 53 o número de abatedouros frigoríficos na Bahia.

Prefeitura proverá a infra-estrutura - Caberá a prefeitura dotar as instalações do mercado da infra-estrutura básica como o fornecimento de água, energia, sistema de esgotamento sanitário, entre outros. Estas unidades municipais deverão, ainda, disponibilizar instalações anexas como vestiários e sanitários para os funcionários que estiverem em atividade no entreposto, bem como prover a estrutura física que servirá de base para colocação do conjunto de equipamentos.

Presentes – Pelo relevância do tema, o evento reuniu representantes de todos os elos da cadeia da carne, prefeitos, deputados estaduais e federais e representantes de órgão diversos ligados ao tema, a exemplo do presidente da Desenbahia, Luiz Alberto Pititinga; do superintendente do Banco do Brasil, Edson Pascoal; do diretor do SEBRAE, Lauro Ramos; dos superintendentes do BNB e do BB, Nilo Meira e Edson Pascoal; do chefe de Gabinete da Seagri, Jairo Carneiro; do presidente da Associação Comercial da Bahia, Marcos Meirelles Fonseca; de Aurino Soares de Mello Júnior, coordenador regional da Adab na região de Feira de Santana, além de de representantes de todos os elos da cadeia da carne, prefeitos e deputados estaduais e federais. Também estiveram presentes no evento representantes do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de Leite da Bahia (Sindileite), da Federação das Indústrias do Estado (Fieb), do Ministério da Agricultura (Mapa), do sistema Faeb/Senar, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) na Bahia, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado da Bahia (Fetagri-BA), empresários regionais e representantes de órgãos relacionados à fiscalização, monitoramento e controle de qualidade alimentar.

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