Depois de percorrer 21 municípios, em 26 territórios de identidade do estado, e mobilizar mais de 12 mil jovens do interior, a Conferência de Juventude da Bahia chega a sua etapa estadual, nesta sexta-feira (28). O evento será aberto, às 9h, na Escola Parque (Caixa D`Água), pelo governador Jaques Wagner e o secretário de Relações Institucionais, Rui Costa, prosseguindo até domingo (30), reunindo, diariamente, 2 mil jovens eleitos nas plenárias territoriais.
A Bahia foi o único estado do país que convocou uma grande mobilização, por meio da campanha Jovem Gera Ação, além de adotar as plenárias territoriais como parte integrante da conferência estadual, resultando, segundo os coordenadores, na maior conferência estadual da juventude do Brasil.
Especialistas sobre juventude, como as pesquisadoras da Unesco, Mary Castro e Miriam Abramovay, confirmaram presença no evento, além do secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, e o presidente do Conselho Nacional, Danilo Moreira.
Para o secretário Rui Costa, a atitude de ouvir os jovens do interior irá democratizar as intervenções que o estado pretende fazer no segmento da juventude. “A realização das plenárias territoriais irá garantir a representatividade das mais diversas culturas juvenis na etapa estadual e revelar para o Governo do Estado, quais são as prioridades da juventude baiana”, garantiu.
Ainda segundo o secretário, a conferência servirá de base para a elaboração de um Plano Estadual de Juventude, que deverá orientar as ações do estado para os próximos dez anos.
A Secretaria de Relações Institucionais organizou uma grande festa para a conferência. Apresentação do grupo Pracatum, música, oficinas de grafite e muita informação devem fazer parte dos debates que irão contemplar temas como educação, cultura, esporte, lazer e geração de emprego e renda.
Um recente levantamento da Unesco revelou que o estado da Bahia possui a terceira pior renda juvenil de todo o país, a frente apenas de Alagoas e Maranhão. No quesito educação, a possui o maior número de analfabetos entre 15 e 24 anos. São 160 mil jovens que não sabem ler nem escrever, além de ter a pior qualidade de ensino do país.
Para o coordenador da conferência, Éden Valadares, a partir dos debates realizados, a juventude fará parte de uma agenda pública específica do governo da Bahia. “A idéia é deixar de encarar os 4 milhões de baianos e baianas entre 15 e 29 anos como problemas e passar a enxergá-los como 4 milhões de potencialidades de desenvolvimento”, destacou. A Conferência de Juventude da Bahia é parte integrante da Conferência Nacional que acontecerá no mês de abril, em Brasília.