As medidas seguem a linha de renegociação das divídas rurais e disponibilização de crédito de emergência.
As ações desenvolvidas pelo Banco do Nordeste (BN) para ajudar os produtores rurais a conviver com a seca que atinge a Bahia foram apresentadas hoje (6), aos deputados estaduais, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa. A estiagem já está caracterizada, por todos indicadores técnicos, como a maior dos últimos 47 anos e atinge mais de 2 milhões de pessoas na Bahia.
Segundo o superintendente Estadual do Banco do Nordeste, Nilo Meire Filho, o banco vem trabalhando com duas linhas de ações. A primeira trata da renegociação das dívidas rurais e a segunda refere-se a disponibilização de uma linha de crédito de emergência, “as medidas tem por objetivo fazer com que produtores rurais tenham condições de permanecer na terra, fortalecendo a propriedade rural, para que durante os períodos de estiagem eles tenha condição de produzir”, explicou.
Nilo Meire Filho destacou dois programas do Banco do Nordeste, o Agroamigo e o PRONAF. O Agroamigo, Programa de Microfinança Rural do BN, é uma iniciativa que tem por objetivo a concessão de financiamento para área rural, na qual a concessão de crédito é orientada e acompanhada – o projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto Nordeste Cidadania e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Já o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), atende os agricultores familiares com financiamento de custeio e investimento. Os negócios são realizados em parceria com instituições públicas e privadas, que são responsáveis pela elaboração de projeto e pela prestação de orientação empresarial e técnica aos agricultores familiares.
“Essa é mais uma iniciativa do governo federal para viabilizar, não só a convivência com a seca, mas a recomposição econômica do setor produtivo, especialmente dos pequenos agricultores que agora vão ter mais fôlego para a retomada de suas produções”, ressaltou o deputado estadual e líder de governo, Zé Neto.
Zé Neto lembrou ainda que a seca tem deixado muitos ensinamentos de como conviver com essa situação, “não vamos evitar que haja seca, mas o governo está criando condições, mais permanente, para que esse convívio seja eficiente”.
A deputada estadual, Maria Del Carmem, destacou que as ações voltadas para agricultura familiar precisam preservar as características regionais, em funções das diferenças da vegetação e clima local. A deputada ressaltou ainda que as medidas projetadas para enfrentamento do problema devem contemplar ações para médio e longo prazo, de tal forma que torne-se viável a convivência com a seca.
O superintendente lembrou também que apesar dos avanços as ações desenvolvidas ainda precisam ser aprimoradas, principalmente ao que refere-se a questões burocráticas, “quando olhamos o passado percebemos que muita coisa já foi realizada, mas ao olharmos o futuro vemos que ainda existem muitos desafios”.
Estiveram presentes na audiência as deputadas Fátima Nunes, Nelsa Cadori, Cláudia Oliveira e os deputados Carlos Brasileiro, Adolfo Viana, Deraldo Damasceno, Kaká Leão, Joseildo Ramos, Marcelino Galo, Tom Araújo, Pedro Tavares, Bira Coroa, Zé Raimundo, Álvaro Gomes e Carlos Ubaldino.
Investimentos: O superintendente lembrou que “o Banco do Nordeste, ainda hoje, é visto apenas como um banco de desenvolvimento, como se fosse um BNDS do Nordeste. Nós temos a carteira e o DNA de desenvolvimento, mas não podemos esquecer que o BN é um banco múltiplo, que possui também carteira comercial e captação de recursos, que servem para fortalecer a atuação na linha de desenvolvimento”.
Durante a audiência, Nilo Meire Filho anunciou ainda a abertura de novas agências bancárias nos municípios de Cruz das Almas, Porto Seguro, Seabra, Lauro de Freitas e Salvador, está última voltadas para micro e pequenas empresas. Além disso, o BN pretende abrir também novas agências em cidades que possuem população superior a 50 mil habitantes.