A UFES é a principal responsável por resgatar a tradição do Bando
As memórias do Bando Anunciador da Festa de Santana produziram uma profusão de imagens mentais aos que assistiram à mesa redonda que discutiu o tema na noite desta quinta-feira (5), no Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), em Feira de Santana. Presidido pela diretora do CUCA, Celismara Gomes, o debate “Bando Anunciador Ontem e Hoje” foi um proveitoso exercício de memória impulsionado pela fala da professora Ana Rita Neves.
Primeira a discursar, Ana Rita trouxe um texto tão emocionante que dispensou a fala do outro convidado, o fotojornalista Reginaldo Tracajá, que declarou não ter o que dizer diante de um registro tão eficiente. Ana Rita trouxe suas lembranças de criança: “temor, curiosidade e perplexidade ao apreciar o Bando que passava pela frente de meu basculante querendo entender porque se dizia que moças e mulheres de família não podiam estar ali”, disse.
Reginaldo Tracajá convidou o historiador Franklin Machado, que estava em meio à plateia, para falar. Franklin também trouxe memórias de criança, o medo das caretas e dos penicos despejados pelas janelas como forma de protestar pelo despertar com o barulho dos fogos que anunciavam a saída do bando. “Mas isso também fazia parte da festa. Todo mundo se divertia”, arrematou. Na noite de memórias também teve espaço para escolher a rainha do Bando para este ano. 12 candidatas pleitearam o posto, mas a vencedora foi Ana Cláudia Silva, 16 anos. O Bando Anunciador da Festa de Santana estará nas ruas neste domingo (8), com saída às 7h do CUCA.
História e resgate
Desde a década de 1950 que pessoas mascaradas, travestidas, fantasiadas saem pelas ruas do entorno da Praça da Matriz com charangas anunciando o inicio dos festejos à Nossa Senhora Santana, padroeira de Feira. Em 2007, com o intuito de revitalizar a manifestação, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) passou a estar à frente da organização do evento. “Foi com o objetivo de não perder a essência dessa terra que a UEFS resgatou a atividade do Bando para que não perdêssemos a nossa essência”, disse Ana Rita Neves em seu discurso grato à UEFS pela iniciativa.
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