Fenagro encanta brasileiros e atrai negociantes estrangeiros

Faltando ainda um dia para o final da 25ª Feira Nacional da Agropecuária (Fenagro), realizada no Parque de Exposições em Salvador, o resultado já é um sucesso. Animais de raça, agronegócio, agricultura familiar e, a novidade deste ano, relações internacionais, se integram à vida de quem vive na cidade, durante o maior evento agropecuário do Norte-Nordeste. Neste sábado (1º), o governador Jaques Wagner, o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, e outras autoridades passaram a tarde no Parque de Exposições, em Salvador, e constataram o sucesso da iniciativa. 

Para Salles, o resultado da Fenagro 2012 “é maravilhoso” e deve alcançar os R$ 100 milhões em negócios. Segundo ele, o movimento superou as expectativas. “As pessoas estão conhecendo as cadeias produtivas. Temos um momento especial da Agricultura Familiar que promove sua terceira feira durante o evento. Os leilões alcançaram bons preços e não temos espaço para mais nenhum animal, há fila de espera. A agropecuária baiana, mesmo com a maior seca dos últimos cinquenta anos, está se superando, demonstrando a garra e fibra do agropecuarista. 

Valorização do agricultor

O secretário lembrou que 665 mil famílias vivem da agricultura familiar, o maior contingente de trabalhadores vivendo da atividade no Brasil. “Estamos promovendo a valorização do homem do campo. É preciso que as crianças da cidade entendam o valor que tem quem produz o alimento colocado na mesa de cada um”. Noêmia Santana, 11 anos, moradora de Itapuã, é uma destas jovens que se encantaram pela feira. “Eu gostei porque tem muita coisa, vários animais, mel, cacau, frutas, muito legal. Eu adoro muito isso aqui”.

Mercado internacional

Uma das novidades deste ano foi a aposta no mercado internacional, com Salão Vida de Viajante. “A ideia é trazer parceiros internacionais para verem o nosso potencial, trocar experiência e produzir na Bahia”, disse o governador. Segundo Wagner, o Brasil será um grande fornecedor de alimentos para o mundo inteiro.  “A Bahia tem o quinto maior território do país, com um potencial muito grande para o desenvolvimento do agronegócio e da agropecuária, e os parceiros de fora seguramente podem nos ajudar a produzir mais e melhor”.

O agricultor Domingos Cardoso, de Rio Real, disse que a Cooperativa Agropecuária do Litoral Norte da Bahia (Coopealnor) já vem exportando de forma indireta, desde 2008, produtos orgânicos, uma experiência com a certificação do Comércio Justo Internacional FLo-Cert. Em 2012, a Coopealnor embarcou 11 containers de suco de laranja para a Bélgica, Holanda, Suiça e Alemanha e outros sete serão embarcados em dezembro.
 
Além dos R$ 2 milhões referentes aos 18 containers pelo preço de mercado convencional, a cooperativa também faz jus a mais R$ 500 mil como prêmio de investimento garantido no Comércio Justo. Entre os projetos da Coopealnor está exportar de forma direta os seus produtos a partir de 2013. “A EBDA nos favorece muito com a assistência técnica no campo. Com a exportação direta, a gente vai ganhar muito, temos um dinheiro a mais que se chama prêmio e podemos fazer um trabalho social na nossa comunidade".

Europa abre as portas para o guaraná baiano

O sotaque do cônsul-geral de Portugal, José Lomba, e do presidente da Câmara de Comércio de Portugal no Brasil, Antônio Coradinho, não impediu que o agricultor familiar José dos Santos os atendesse em seu estande. Ele e mais 130 agricultores cultivam guaraná, cravo, coco, dendê, cacau e outros produtos no município de Taperoá, em uma associação chamada Projeto Onça. “A conversa foi boa para eu poder exportar e dar uma continuidade no nosso trabalho. A EBDA vai nas roças, faz visita, ensina a gente a trabalhar, este é o resultado”, comemorou o agricultor. 

O cônsul José Lomba disse que o guaraná desperta interesse por toda a Europa. “É um excitante melhor que o café e do que o chá. O Brasil tem experiência e está autorizado para levar esta variedade de tonificante para a Europa, que é grande consumidora destes produtos”. Segundo o cônsul há outras grandes oportunidades. “São animais de raças diferentes que não são tão conhecidos, há grande troca do agronegócio. Estamos trazendo o know-how para que a Bahia passe a fazer, por exemplo, queijos de qualidade semelhantes aos que são feitos em Portugal. Temos os vinhos, as carnes, o azeite, tudo isto está interligado.

Missão internacional 

De acordo com o presidente da Câmara Portuguesa, Coradinho, a Secretaria Estadual da Agricultura promoveu, há um mês, com mais 21 produtores rurais, uma missão, que visitou Portugal, França e Espanha. “Como resultado chegou, há dois dias, um grande produtor português de queijo, para visitar a feira, porque a Bahia tem o maior rebanho de caprinos do Brasil, mas não produz queijo. Os queijos de cabra são famosíssimos. A ideia é trazer o produtor e aproveitar este potencial, fazendo parceria para isto”. 

Coradinho afirmou que Bahia e Portugal sempre tiveram afinidades culturais e linguísticas, mas a distância era um problema. “Agora nós temos um voo diário direto da TAP e há uma segunda empresa voando direto para Salvador, única cidade brasileira a receber voos de duas empresas portuguesas”. Para ele, com o este contato direto, muitos negócios estão sendo feitos. “Tudo fica mais fácil, não precisamos de interprete, nem tradução, tudo é feito diretamente. A Bahia tem terras muito grandes precisando de investimento, Portugal tem a expertise, a tecnologia e as máquinas para processar estes produtos aqui".

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