Até 2030, estima-se que de 46% a 57% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro estará comprometido com a Previdência Social
“É necessário repensar a Previdência para evitar transtornos futuros”. A afirmação é do líder de governo na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Zé Neto (PT). Os desgastes que a Previdência Social passará nos próximo anos foi o tema do discurso do parlamentar, nesta terça-feira (05), durante sessão na ALBA.
O aumento da expectativa de vida paralelo a redução nos índices de fertilidade, tem preocupado os especialistas, e as pesquisas não são muito animadoras. Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em 2030, estima-se que de 46% a 57% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro estará comprometido com a Previdência Social.
“Um dos aspectos que tem me preocupado em relação a Bahia é a questão da Previdência que vem apontando como um dos maiores problemas a ser enfrentados no decorrer da próxima década. Esperamos encontrar saídas, mas o debate tem que começar a ser travado desde agora. É hora de debater, de opinar, de propor. É hora de, com serenidade, encontrar saídas” afirmou o líder do governo.
As estatísticas revelam que a população em idade ativa terrá redução nas próximas décadas em cerca de 0,2%, entre 2010 e 2030, segundo dados do IESS, enquanto a população com mais de 60 anos apresentará aumento de 87% no mesmo período. Ou seja, com menos contribuintes, haverá um impacto direto na Previdência.
No caso das crianças (0 à 14 anos) as estimativas são inda mais enfáticas: essa parcela da população encolherá aproximadamente 33% nos próximos 18 anos.
O aumento da expectativa de vida será responsável pela expansão no número de beneficiários da previdência. Paralelo a isso, existe o nível de riqueza e bem-estar alcançado, cada ano, por mais trabalhadores, que deixam de trabalhar cada vez mais cedo. O resultado é que o número de contribuintes trona-se inferior ao de beneficiários gerando um deficit orçamentário.
Além disso, segundo especialistas, com o envelhecimento da população brasileira haverá sobrecarga no sistema público de saúde em todo o País que se reverterá em maiores despesas com medicamentos e exames.
Dentre as alternativas para solucionar o problema, estariam a alteração da idade mínima para a aposentadoria e o estabelecimento de outras fontes de arrecadação.
SERVIÇO - A Previdência foi criada no final do século XIX com o objetivo de garantir proteção ao trabalhador e sua família. Segundo a instituição, “a renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão”.
Os serviços oferecidos incluem aposentadorias (especial, por idade, invalidez ou tempo de contribuição), auxílios (acidente, doença ou reclusão), pensão (por morte ou especial), salário-família, salário-maternidade e assistência social.
Atualmente, os homens precisam apresentar 35 anos de contribuição para se aposentar por tempo de serviço, ou 65 anos (60 anos para os agricultores) para receber aposentadoria por idade. As mulheres têm que comprovar 30 anos de contribuição ou 60 anos (55 para agricultoras) para receber o benefício.
O Jornal O Globo também repercutiu o assunto, veja a matéria clicando aqui.