Artigo: Bahia cresce na participação das exportações do Nordeste e já representa 60% do total

Mesmo enfrentando todas as dificuldades históricas e uma situação internacional que todos já conhecem, reflexo da crise de 2009 que ainda não está debelada, a Bahia deu uma grande demonstração de empenho dos seus setores industriais e agrícolas e alcançou um extraordinário resultado que deve ser comemorado e deve não só nos alentar, mas nos impulsionar a desenvolvermos ainda mais os nossos potenciais.

Estamos no meio de uma trajetória, numa mudança de paradigmas econômicos, especialmente em todo o interior do Estado, que diga-se de passagem, vem contribuindo cada dia mais tanto para a geração de emprego como para as nossas exportações. E não podemos deixar nesse instante de ressaltar o quanto é importante termos alcançado, em 2012, cerca de US$ 11,27 bilhões nas vendas externas baianas, colocando a Bahia como responsável por 60% de todo o total da Região Nordeste. A consolidação da liderança de nosso Estado demonstra também a nossa grande responsabilidade em sermos o carro chefe de uma região que por quase quatro anos tem crescido mais do que o Sul e do que o Sudeste.

É bom ressaltar que mesmo com as quedas nos preços, retração de mercados e aumento das medidas protecionistas em todo o campo internacional, ainda sim, a Bahia conseguiu um crescimento de 2,3% no ano passado, com relação a 2011, e deu um grande alavancamento no desempenho das commodities agrícolas e minerais aumentando significativamente a venda para países como China e o Continente Asiático. Lembrando que as vendas para a China foi o que mais alavancou a exportação baiana, tomando o posto dos Estados Unidos, que agora aparece em 2º lugar, tendo uma queda de 5,1 % com relação a 2011, com participação total nas vendas baianas de 12,3% , enquanto que a China, como principal mercado para as nossas exportações, respondeu por 13,6% de todas as vendas externas baianas, representando US$1,53 bilhão, no ano de 2012.

Claro que não podemos apenas comemorar e achar que o ano de 2013 será fácil. Ainda há muitas situações para serem enfrentadas. A crise mundial continua acirrada, a política de câmbio internacional sofre indefinições, a queda de preços na quantidade de exportações de vários segmentos da metalurgia, papel e celulose, dentre outros, também serão problemas para serem enfrentados. Mas a Bahia já iniciou o ano buscando mais agressividade no campo internacional para ocupar espaço econômico.

Vimos na semana passada a visita do governador Jaques Wagner à China, o que não só valoriza esse importante mercado, principal parceiro da Bahia, mas que também tenciona para uma permanente busca de investimentos que possam manter o nosso crescimento econômico, bem como o crescimento nas exportações, além de buscar investimentos novos, especialmente no campo industrial.

Vale salientar que produtos de quatro segmentos representam mais de 60% das exportações baianas. São eles: petróleo e derivados = 18,95%; químicos e petroquímicos = 15,87%; papel e celulose = 14,90%; e soja e derivados = 12,69%. Chamando a atenção para a indústria química e petroquímica que, como o maior segmento industrial da Bahia, encerrou o ano com vendas de US$ 1,739 bilhão, e que tinha um crescimento negativo de 0,2% antes de 2011. O setor apresentou na Bahia, ao contrário do Brasil, um superávit comercial de US$ 737,2 milhões. A queda no faturamento do setor, que vem sendo registrada desde a crise financeira internacional de 2009 é, sobretudo, em função das questões relacionadas à competitividade e pela entrada de produtos importados. Esse fator inclusive, tem sido apontado como um dos principais entraves na expansão do segmento da indústria química e  petroquímica, que representa 2,5% do PIB de todo o país.

Esse ano esperamos buscar mais competitividade para o segmento e, além de trabalharmos junto com o governo federal, com a desoneração dos investimentos, o setor pede, e a nossa intenção é trabalhar para que aconteça uma política nacional de acesso ao gás natural com uma matéria-prima que vai com certeza dar muito mais condição e competitividade ao setor.

Um outro problema que com certeza enfrentamos em 2012 e teremos que ter, tanto no nível de Bahia quanto no nível de Brasil, muita serenidade e perspicácia para enfrentar é a exportação de veículos que voltaram a cair em 2012, apesar da elevação do dólar, e registrar o pior desempenho desde 2009, quando o mundo sentia  pela primeira vez o reflexo de uma crise financeira que por certo ainda irá perdurar.

O Estado da Bahia, não podemos deixar de lembrar, ampliou sua fatia no total das exportações brasileiras. Saímos de 2011 de 4,28% para 4,64% em 2012. Nos últimos 10 anos as exportações baianas cresceram em média 16,7% ao ano, evidenciando ser a Bahia um dos Estados que mais se beneficiou da abertura comercial dadas as suas vocações e competitividade de alguns segmentos que já estão implantados no Estado.

Portanto estamos sim no meio do caminho, vigorosos, enfrentando dificuldades, sabendo que não teremos “mar de rosas” nem “céu de brigadeiro”, mas seguros de que estamos numa trajetória, onde os grandes investimentos que estão sendo alocados para o Estado, principalmente na sua infraestrutura, que terá agora, só esse ano, até 2014, R$ 5,3 bilhões de novos investimentos, em que pese o fato de que o Porto Sul de Ilhéus e a ferrovia Oeste-Leste terão um papel fundamental nessa nova vetorização do desenvolvimento do interior baiano e para todo o Estado nos próximos anos.

Comemoremos, mas não façamos festa porque estamos evidentemente enfrentando e superando muitas dificuldades que por certo nesses próximos dois anos não deixarão de ocorrer, mas são as provas necessárias para demonstrar o nosso grau, a nossa maturidade e a nossa capacidade econômica de planejar e conceber novos caminhos de desenvolvimento para a Bahia.

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