Durante evento, o ex-presidente Lula reforçou sua escolha pelo nome da presidenta Dilma nas eleições de 2014
Reunindo lideranças políticas dos partidos que compõe a base do governo federal, ministros de Estado, parlamentares, figuras do campo intelectual e a militância, o Partido dos Trabalhadores realizou, na noite desta quarta-feira (20), em São Paulo, um ato que dá início à série de 13 seminários que colocarão em pauta os 10 anos de Governo Democrático e Popular construídos pelo PT e sua base aliada. O mandato do deputado estadual Zé Neto (PT), participou do evento sendo representado pelo chefe de gabinete Tarcísio Branco.
Ao lado do ex-presidente Lula, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), do presidente nacional da sigla, Rui Falcão, e de figuras políticas a exemplo do governador da Bahia, Jaques Wagner, a presidenta Dilma destacou ações desenvolvidas pelo Governo Federal nos 10 últimos anos. Ela afirmou que, neste período, 19 milhões de brasileiros passaram a trabalhar com carteira assinada; um milhão de famílias passou a ter moradia digna com o Programa Minha Casa Minha Vida; o salário mínimo teve aumento de 70%, acompanhado pela queda da desigualdade da renda (11,4%) e da pobreza absoluta (37,3%). Neste período desenvolvimentista, de acordo com a presidenta, o Brasil acumulou o saldo de 18,5 milhões de novos postos de trabalho, contra apenas 5 milhões do projeto neoliberal.
Do povo, para o povo, pelo povo
Mostrando o porquê do tema escolhido para o evento Do povo, para o povo, pelo povo, a presidenta informou que as reservas internacionais do Brasil em 2002 eram de U$ 37,8 bilhões e em 2012 chegou à casa dos U$ 378 bilhões, quase 890% a mais do que foi deixado pelo projeto neoliberal; 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta; 40 milhões de brasileiros entraram na classe média, o Luz para Todos levou energia elétrica para mais 14,7 milhões de famílias. O país também passou a ser o 2º maior exportador de produtos agrícolas do mundo, hoje é líder mundial na defesa do meio ambiente; a dívida do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) finalmente foi paga; a taxa de juros é a mais baixa da história.
Dilma ainda lembrou a adoção de políticas de ampliação do acesso ao ensino superior, a exemplo do Prouni, do Fies, da descentralização da rede federal além das ações do ensino técnico e na qualificação e valorização da mão de obra e não deixou de falar sobre a importância sócio-econômica do Bolsa Família, melhor programa de transferência de renda do mundo, e do Brasil Sem Miséria, maior programa de erradicação da pobreza do mundo. Sobre o Bolsa Família, ela relembrou que assinou, na terça-feira (20), a inclusão de 2,5 milhões de pessoas no programa.
Para a presidenta, os avanços conquistados por milhões de brasileiros na última década contou com a importante atuação da militância na eleição do presidente que deu início a esse processo.
“Essa década, companheiros e companheiras, tem milhões de construtores, mas essa década tem e teve o seu líder. Esse líder chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, disse, e completou: “Foi ele, que com coragem e pioneirismo, começou a fechar a porta do atraso e a escancarar a porta das oportunidades para milhões de brasileiros e brasileiras, de todas as raças, de todas as classes sociais e de todos os credos. Não por acaso, essa porta aberta deu o primeiro operário presidente e deixou entrar também a primeira mulher presidenta. E esse país não elegeria um operário presidente e uma mulher presidenta se não tivesse a combativa militância do Partido dos Trabalhadores”.
A petista abordou ainda a redução da energia elétrica e aumento de oferta do serviço. “Nós não herdamos nada. Nós construímos isso”. E frisou: “O povo sabe, acima de tudo, que o nosso governo jamais abandonou os pobres. E como nosso governo jamais abandonou os pobres, é justamente por isso que a miséria está nos abandonando”.
Já o ex-presidente Lula afirmou que os 10 anos comemorados consagram um novo jeito de fazer política no Brasil e não ter medo de comparações.
“Nós não temos medo da comparação. Inclusive, comparação no debate da corrupção”, disse, e completou: “A diferença desses 10 anos qualquer mulher sabe, qualquer homem que reparta as tarefas de casa também sabe que tem duas formas de sujeira aparecer: uma é você mostrar e a outra é você esconder. E assim de cara limpa, olhando para vocês, digo que eu duvido que tenha na história do país um governo que criou mais instrumentos e mais transparência para combater a corrupção do que o nosso”.
Representando os prefeitos do PT no Brasil, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que também é ex-ministro da Educação, agradeceu por também poder ajudar a mudar a realidade do país e enalteceu o papel de Lula e Dilma neste processo.
“Eis que em 2002, ele (Lula) surpreende e vence. Mais do que isso: ele ganha o Brasil para um novo projeto de desenvolvimento. E o povo mais sofrido passa a ter vez e voz. Vez pelo acesso a bolsas de estudo, universidades, renda, emprego, terra, mas também voz nas dezenas de conferências convocadas, solenidades em que o Palácio do Planalto se unia aos mais pobres e a toda sociedade organizada e desorganizada. Desde então, o Brasil vem mudando, com Lula e com a Dilma", disse Haddad.
Rui Falcão, presidente nacional do PT, lembrou que o modo petista de governar deu autonomia aos brasileiros e destacou ainda duas reformas necessárias para a manutenção da democracia: a reforma política e também a regulamentação da comunicação, ou lei de meios.
Eleições 2014
Lula reforçou sua escolha pelo nome de Dilma nas eleições de 2014 garantindo que a melhor resposta aos ataques sofridos pelo PT é a reeleição da atual presidenta em 2014.
Também compuseram a mesa de abertura do evento o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto; o presidente da Fundação Perceu Abramo, Márcio Pochmann; e presidentes das siglas que compõem a base do governo Alfredo Nascimento (PR); Carlos Lupi (PDT); Ciro Moura (PTC); Gilberto Kassab (PSD); Eduardo Lopes (PRB); Renato Rabelo (PC do B); Roberto Amaral (PSB); Robson Amaral (PTN); Valdir Raupp (PMDB).