Autor: deputado Zé Neto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia
Temos vivido ultimamente um debate muito importante, o da publicização do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, ou a terceirização da sua administração, ou melhor dizendo, a contratação de uma Organização Social (OS) que possa gerir todos os contratos terceirizados já existentes no Clériston a exemplo das contratações de segurança, limpeza, serviços gerais, enfim para que assim possamos, numa comunidade administrativa no próprio município, no próprio hospital, ter condições de apresentar um melhor desempenho.
Esse é o nosso objetivo, nos guiarmos pelas situações que vêm dando certo, como o Hospital do Subúrbio, em Salvador, o Hospital de Santo Antônio de Jesus, o de Juazeiro e outros pela Bahia que, baseando a profissionalização a partir desse conceito de unidade administrativa, tem melhorado o atendimento nas unidades que aderiram a essa modalidade.
Outro ponto importante que devemos esclarecer a comunidade é de dar a ela toda a garantia de que não acontecerá redução nos atendimentos, não haverá transferências de funcionários e que não ocorrerá demissões. As pessoas que hoje trabalham no Clériston podem ter a tranquilidade de que irão permanecer como funcionários públicos.
Nesse instante, precisamos esclarecer todos os aspectos. Nós fomos os responsáveis pela implantação do Hospital da Criança, em Feira de Santana, pela implantação de três UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) àquela cidade, pelas intervenções que estão acontecendo no Hospital Dom Pedro de Alcântara e pela ampliação dos serviços em saúde (hoje temos cardiologia, radiologia, quimioterapia na cidade e em breve também teremos transplante de rins e de córneas). Tudo isso que estamos fazendo com o apoio do Estado e do governo Federal e só mostra que o nosso objetivo é o de melhorar a qualidade da saúde do nosso povo, principalmente no Clériston Andrade, onde já investimos cerca de R$ 27 milhões em melhorias tanto na sua estrutura física, quanto com equipamentos.
Quando assumimos o HGCA, os sanitários e galpões estavam completamente abandonados, haviam apenas três salas de UTI e dez leitos em funcionamento. Hoje a realidade é que 2/3 do hospital já foi reformado e a licitação que vai permitir a reformas do 1/3 restante também já foi autorizada, ampliamos o número de leitos e aumentamos para dez as salas de cirurgias. Além disso, hoje vivemos o melhor momento dos funcionários públicos do hospital, temos mais de 1.200 pessoas contratadas e, depois de 22 anos sem ter concurso, nós já preenchemos 372 vagas.
Esse é um debate que tem que ser feito, especialmente na parte mais técnica, até porque algumas coisas estão sendo proliferadas no município, como por exemplo, uma possível dificuldade com relação a questões educacionais e a restrição às universidades e faculdades que lá fazem estágios e utilizam, de forma muito produtiva, o espaço educacional daquela unidade. Ao contrario, nós manteremos toda a política de ensino que hoje há no HGCA, as residências, os estágios, nosso interesse é de até ampliar essas ações de relacionamento com esses importantes colaboradores que fazem parte da vida do hospital, portanto vamos avançar no debate.
Por fim, precisamos sair do discurso pequeno que diz que nós éramos conta a privatização e que hoje estamos a favor, nós éramos contra a uma privatização geral como pensavam. Eles queriam vender a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, e esses são os mesmos que hoje estão ai com um discurso, por assim dizer, equivocado contra a publicização do Clériston Andrade, eles são os mesmo que no passado queriam privatizar tudo no país. E não haverá essa privatização do Clériston, a privatização proposta por Fernando Henrique nos deixou traumas e débitos e não resolveu nossa situação.
Nós não podemos pensar em ter um Estado Máximo nem um Estado Mínimo, nós temos que ter um estado enxuto, responsável, moderno, que dê aos funcionários públicos a qualidade salarial, o atendimento das suas qualidades funcionais e profissionais como estamos fazendo na Bahia, especialmente com o setor da Saúde que hoje tem plano de carreira, tem salários adequados, diante do que tínhamos no passado, e que foi um dos salários que a gente teve maior capacidade de melhoria no seu ganho real.
Então temos que, nesse instante, ter serenidade para que esse debate transcorra colocando na pauta um melhor atendimento à população, a modernização e a unidade administrativa necessária para que a gente tenha maior eficiência na garantia dos direitos de todos.
O que está em jogo é a qualidade no atendimento à população. Quem trabalha, quem ama o Clériston e quem tem o pé no chão com a necessidade de modernização daquela unidade, com certeza vai ficar do nosso lado.
O debate está ai para esclarecermos a todos sobre os sistemas e fazer com que tenhamos convicção de que o passo que está sendo dado é um passo audacioso, mas, é um passo por demais necessário para a melhoria na qualidade da saúde no nosso Estado.