Os canteiros econômicos vão garantir a produção contínua de hortaliças e promover a segurança alimentar e a geração de renda
Todo dia, dona Iodete Souza Santos, 72 anos, moradora da comunidade de Jabute, município de Poções, colhe na horta de seu quintal verduras e hortaliças fresquinhas para compor o almoço da família.
Orgulhosa da produção, dona Iodete conta que a variedade e a fartura foram possíveis graças ao Canteiro Econômico, realizado pelo projeto Gente de Valor. “Antes, eu até tinha uma hortinha, mas com a chegada dessa ação aprendi a lidar melhor com terra e comecei a plantar mais”. O resultado são os pés vistosos de alface, coentro, couve, pimenta, alecrim, cebolinha, almeirão, maxixe, cenoura, ervas medicinais.
No sudoeste do estado, o Gente de Valor, projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), já beneficiou 842 famílias baianas com a construção de 2.551 canteiros econômicos e 1.788 cisternas de produção.
Os canteiros econômicos têm o objetivo de garantir a produção contínua de hortaliças e promover a segurança alimentar e a geração de renda. São feitos com paredes de tijolos revestidos por dentro com uma lona plástica. Um cano de PVC com furos é responsável pela distribuição da água na terra já preparada com adubo. Uma tecnologia simples e de baixo custo que diminui o consumo de água e a evaporação durante o tempo de produção.
O gerente regional do Gente de Valor de Vitória da Conquista, Élcio Rizério Carmo, explica que a precipitação irregular e a carência de reservatórios com água suficiente para uma produção contínua ao longo do ano fazem com que as famílias agricultoras do semiárido não desenvolvam experiências para produção agrícola nas suas propriedades que garanta a sustentabilidade, tornando essa produção totalmente dependente das chuvas.
Segundo ele, a implantação das cisternas e dos canteiros está provocando um impacto positivo na dieta alimentar e na renda doméstica das famílias beneficiadas, “refletindo diretamente na melhoria da qualidade de vida das comunidades”.
Mudança de vida
Na propriedade de Marlene Cardoso dos Santos, 47 anos, também localizada na comunidade de Jabute, a chegada do Canteiro Econômico mudou a vida da dona de casa. “Antes, só fazia os trabalhos domésticos, e com a chegada dos canteiros comecei a me dedicar a uma nova ocupação, que tem sido muito prazerosa”.
E com a nova atividade, ela agora tem uma fonte de renda. “Além de todo o dia ter uma alimentação mais saudável, com uma saladinha fresca na nossa mesa, ainda consigo ganhar um dinheirinho com o que vendo na própria comunidade e na feira da cidade”.