Ao lado de Wagner e Solla, ministro da Saúde faz mobilização com municípios baianos por participação no programa "Mais Médicos"

Prefeitos aderiram a medida que visa ampliar atendimento da atenção básica em regiões carentes, melhorando a infraestrutura e levando novos profissionais a quem mais precisa
 
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou na manhã desta sexta-feira (19) de uma mobilização com prefeitos e secretários de saúde da Bahia sobre o programa "Mais Médicos", que pretende melhorar a infraestrutura da atenção básica em saúde em regiões carentes, sobretudo nos municípios do interior e na periferia das grandes cidades. O evento, realizado no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), em Salvador, foi bastante concorrido e contou com a participação do governador Jaques Wagner e do secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, entre outras autoridades.
 
O objetivo da mobilização, que segue até as 17h desta sexta, é esclarecer as prefeituras sobre o funcionamento do "Mais Médicos" e estimular sua participação.
Lançado pela presidenta Dilma Rousseff na semana passada, o programa já registrou 13.857 médicos e 1.221 municípios inscritos até aqui. As prefeituras têm até o dia 25 de julho para solicitar a participação. 
 
Os profissionais de medicina selecionados pelo programa receberão R$ 10 mil líquidos de salário, para trabalhar de segunda a sexta-feira, com dedicação exclusiva e contratos com duração de três anos, podendo ser prorrogado. Aqueles que forem alocados em lugares mais distantes, vão receber auxílio-transporte que pode chegar a até R$ 30 mil anualmente.
 
Polêmicas com categoria
 
De acordo com o governador Jaques Wagner, que parabenizou a presidenta Dilma pela coragem em lançar um programa tão arrojado, que vai ajudar a melhorar a vida de milhões de brasileiros, há uma falsa dicotomia entre o governo e classe médica. "Nós queremos profissionais brasileiros, mas, se não conseguirmos completar essa demanda com o que temos, teremos que buscar fora. O que queremos é levar a saúde para o interior, para atender a quem mais precisa", afirmou.
 
O governador ainda destacou que há apenas 1,09 médico para cada grupo de mil habitantes na Bahia, número bem abaixo da média nacional, que é de 1,83.
 
O secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, também tratou das críticas ao "Mais Médicos" e negou qualquer tipo de ação para prejudicar a categoria. Médico de formação, ele no entanto não deixou de criticar a postura de alguns colegas, na figura dos empresários de saúde, e elogiou a postura da presidenta. "Pense numa mulher corajosa... Entre ficar do lado das corporações e ficar do lado do povo, ela [Dilma] escolheu o caminho da justiça social", afirmou.
 
Solla também confrontou os dados de que não há estrutura para esses médicos trabalharem e criticou alguns profissionais que reclamam do salário que será pago pelo Governo Federal, sem nenhum ônus para as prefeituras (para cada profissional, a administração municipal ainda terá um aporte de R$ 4 mil para gastar com o restante da equipe médica). "Somente na Bahia, já foram investidos pelo Governo Federal R$ 207,5 milhões para obras em 1.718 unidades de saúde e R$ 13 milhões para compra de equipamentos para 269 unidades. Do governo estadual, foram R$ 519 milhões somente em atenção básica, com a construção de cinco grandes hospitais, com 1,4 mil novos postos de saúde, 1,3 mil novos leitos, sendo que triplicamos o número de leitos de UTI. Enfim, nunca houve tanto investimento em estrutura", destacou.
 
Sobre a crítica aos salários, o titular da Sesab comentou: "R$ 10 mil líquidos é um salário que 99% dos baianos não têm condições de colocar no bolso. Não é salário de miséria, não, como disseram alguns. Um professor da Ufba, por exemplo, para chegar a ganhar esse salário, tem que batalhar muito para, no final da carreira, conseguir esses vencimentos, e com dedicação exclusiva".
 
O ministro Alexandre Padilha, também médico de formação, foi outro que reprovou o que chamou de corporativismo de parte da classe. Ele falou sobre a prioridade de se levar profissionais de saúde para as regiões mais desprovidas, a exemplo da região amazônica, onde trabalhou. 
 
Sobre a polêmica envolvendo médicos estrangeiros, Padilha disse que as prioridades são duas: "primeiro, os brasileiros; segundo, os também brasileiros que atualmente trabalham no exterior e, só depois, os médicos estrangeiros. (...) Se as vagas não forem preenchidas por profissionais brasileiros, isso não pode ser um obstáculo intransponível, um tabu, e vamos ter que recorrer a esses médicos de fora", pontuou. 
 
O titular do Ministério da Saúde também destacou os investimentos sem precedentes na área, que até 2014 chegará a R$ 15 bilhões, com R$ 7,4 bilhões já contratados para a construção de 818 hospitais, 877 UPAs 24 horas e 16 mil unidades básicas. Padilha também falou sobre o aumento de vagas em universidades, destacando o anúncio de instalação de uma nova escola de medicina na sede das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador, e o plano de criar mais 11 mil vagas para a área no país até 2017.
 
Saúde Mais 10
 
Antes do término do encontro, o secretário Jorge Solla convocou os presentes para no próximo dia 5 de agosto estarem todos em Brasília, na marcha "Saúde Mais 10" que irá pedir a aprovação pelo Congresso de um projeto que destina 10% do orçamento federal para a Saúde. Atualmente, esse percentual é de 6%.
 
Presentes
 
Além de Wagner, Solla e Padilha, participaram da mesa no evento de adesão ao "Mais Médicos" o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo; a presidente da UPB, prefeita Maria Quitéria; o prefeito de Salvador, ACM Neto; o secretário municipal de saúde da capital, José Antonio Rodrigues; e o vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Raul Molina.
 
Inscrições
 
As inscrições no programa "Mais Médicos" podem ser feitas no site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br. No cadastro, os prefeitos e secretários devem indicar as unidades básicas de saúde de suas regiões em que há falta de médicos. Caso perca o prazo do dia 25 de julho, a prefeitura terá de esperar um novo processo seletivo, que deverá ser aberto no final do ano.

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