Seminário foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana
O mandato do deputado estadual Zé Neto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa, participou nesta quinta-feira (1º) de um seminário na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana para discutir o projeto de lei da Prefeitura local que transformou alguns distritos da zona rural em bairros.
Segundo o presidente do Sindicato, José Ferreira, mais conhecido com Zé Grande, essa medida pode prejudicar mais de cinco mil trabalhadores rurais e, por isso, o evento foi organizado no sentido de orientar essas pessoas.
O encontro foi apresentado por Gerinaldo Costa, engenheiro e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que através da projeção de mapas, mostrou aos presentes os limites de cada bairro, o que permitiu aos trabalhadores rurais a localização de suas propriedades e identificação enquanto área urbana ou não.
Tarcísio Branco, chefe de gabinete de Zé Neto, se mostrou indignado quanto a essa medida aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho e disse que não há justificativa para a transformação dessas localidades em bairros. Ainda segundo ele, “Feira é a cidade que tem a maior população rural da Bahia, aproximadamente 47 mil pessoas, e vai registrar, no próximo censo, uma queda drástica desse número”, salientando que os trabalhadores rurais sofrerão prejuízos quanto ao reconhecimento dos seus direitos, sobretudo, a aposentadoria rural e o acesso às políticas públicas do campo.
A lavradora Vera Lúcia Carvalho, moradora da área compreendida agora como bairro Cis Norte, disse que o projeto só traz prejuízos. “Para a gente da zona rural, dificulta a nossa situação de vida, nós como pequenos agricultores. Não há beneficiamento nenhum”, criticou.
O projeto, aprovado no dia 19 de junho, criou os bairros Pedra Ferrada, Mantiba, Registro, Chaparral, Vale do Jacuípe e Cis Norte, que antes pertenciam à zona rural.
Prejuízos
Segundo Zé Grande, além de prejuízos com a aposentadoria, visto que as localidades não serão mais reconhecidas como área rural, os trabalhadores poderão ter acesso restrito a créditos, financiamentos e todos os projetos sociais destinados à zona rural.
Mobilizações
A aprovação do projeto já rendeu algumas mobilizações na cidade, como a realizada na Mantiba, que reuniu cerca de 150 pessoas. Segundo Zé Grande, não está descartada a possibilidade de novas manifestações. “Se a comunidade toda quiser ir para as ruas, estamos dispostos a ir juntos”, antecipou.