Z Neto elogia pautas progressistas do MPL e prope estreitamento das relaes com manifestantes

Audiência Pública na Assembleia Legislativa que discutiu mobilidade urbana e outros temas sociais contou com mais de 150 ativistas, políticos e representantes de diversos setores 
 
Cerca de 150 pessoas, entre políticos, ativistas e representantes da sociedade civil organizada participaram nesta quinta-feira (8) de uma Audiência Pública para discutir as pautas relacionadas ao transporte público, com enfoque especial na Região Metropolitana de Salvador.
 
A reunião, proposta pelo Movimento Passe Livre (MPL) e acatada pela Assembleia Legislativa da Bahia, foi o primeiro contato direto entre o Legislativo estadual e algumas das lideranças do levante que tomou as ruas do País nos meses de junho e julho, a partir de uma mobilização em torno do aumento das passagens de ônibus em São Paulo, liderada pelo MPL local.
 
O deputado estadual Zé Neto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, destacou a importância da ida às ruas dos jovens e declarou seu apoio ao Movimento Passe Livre Salvador, uma das principais fomentadoras do movimento de massa.
 
“Ouvi a explanação de vocês aqui e fiquei feliz, pois desmistifica um pouco essa ideia, difundida por alguns, de que do lado da gente [políticos] não se quer conversar e do lado de vocês [manifestantes] não se tem conteúdo. Acho importante que esse movimento venha nessa proporção, pra que a gente não caia na bobeira de que não há nenhum acúmulo histórico para vocês fazerem o que estão fazendo aqui”, afirmou, elogiando as intervenções feitas sobre o estado das coisas na questão do transporte público. 
 
Uma dessas falas foi do psicólogo, sociólogo e especialista em Política Pública, Walter Takemoto, um dos porta-vozes do MPL. Ele questionou o projeto da Linha 2 do Metrô de Salvador, que ligará a Rótula do Abacaxi ao Aeroporto e solicitou a redução imediata das tarifas dos ônibus intermunicipais do estado. “Temos que seguir o exemplo de Goiás e Rio Grande do Sul, que já implantaram o passe livre”, sugeriu.
 
Ainda de acordo com Takemoto, “os empresários do transporte público em Salvador tiveram um lucro de cerca de R$ 120 milhões em 2012”, o que representa, proporcionalmente, uma lucratividade muito maior do que em São Paulo, por exemplo. Apesar de o lucro declarado do empresariado lá ter sido de R$ 150 milhões, no mesmo período, os custos operacionais (considerando diversos fatores) são muito maiores.
 
Ele lembrou que houve desonerações para o setor, anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff, mas que isso não significou redução nos valores das passagens. “Garantir que a desoneração dada pelo Governo Federal seja aplicada no transporte intermunicipal da Região Metropolitana é uma obrigação política do governador neste momento. E a questão é que a desoneração, ao contrário do que já foi dito, ela atinge a RMS no que diz respeito aos ônibus, ao metrô e ao trem. Então, o que reivindincamos é que os trens também tenham essa desoneração, porque foi concedido também às empresas ferroviárias”, defendeu. 
 
Os representantes do MPL também pedem que haja um processo mais democrático de discussão com a sociedade no que diz respeito ao sistema de integração dos modais e ao sistema de integração tarifária. Isso porque, quando se faz a licitação para a construção no modelo PPP (parceria público-privada), como está previsto, ou se faz em função da menor tarifa, ou se faz do custo. O movimento também quer a tarifa única, com integração dos sistemas entre os municípios da região metropolitana.
 
Zé Neto quer diálogo permanente com MPL
 
O líder do governo solicitou ao presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo, a realização de novos encontros com o grupo, para que haja uma participação mais efetiva dos movimentos sociais nas decisões do Governo. 
 
“Acho que a gente tem que caminhar para a constituição de uma mesa. Sempre defendi o diálogo no Governo, como acontece com as várias câmaras técnicas, do leite, do frango etc.. E, nesses sete anos de Governo, com as greves da polícia, dos professores, aprendemos que devemos evitar ruídos de comunicação. E para evitar ruído, o melhor é sentar à mesa sempre com informação. Não há o que esconder, de parte a parte. Foram colocados alguns dados aqui, que são fundamentais para a gente fazer um debate coerente, e acho importante que se tenha conteúdo dentro desse debate, mas é importante também colocar as dificuldades que temos, como a questão do custeio, para encaminhar determinados pleitos”, afirmou.
 
Agenda progressista
 
Em sua fala aos presentes, durante o encontro, o deputado parabenizou os ativistas pela grande mobilização das ruas, que fez acelerar diversas pautas, inclusive na Assembleia Legislativa. “O movimento que foi às ruas é um movimento progressista, que em outra época seria considerado comunista, socialista, anarquista, qualquer ‘ista’, mas ele é acima de tudo progressista, porque traz os temas que desde que eu era do movimento estudantil, do movimento sindical, e também já na política com o PT sempre lutei”, afirmou.
 
Diversos deputados fizeram intervenções durante o encontro, que também contou com a participação do ex-governador e atual vereador por Salvador, Waldir Pires (PT). Representantes da OAB-BA, do Ministério Público e do Executivo estadual também estiveram presentes.

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