Em meio à greve deflagrada no dia 08 de dezembro em todo o estado, dezenas de policiais civis estiveram reunidos com o deputado estadual Zé Neto (PT), na manhã da última quarta-feira (10/12), na Assembléia Legislativa da Bahia. A discussão esteve voltada para o projeto da Lei Orgânica da categoria, de autoria do Executivo, que deve chegar à Casa para apreciação dos parlamentares. O documento determina uma nova estrutura para a classe, priorizando o treinamento e a qualificação dos policiais e a melhoria dos equipamentos de trabalho. A aprovação da proposição é condição imposta pelos policiais civis para o fim da greve. Durante a reunião, o deputado Zé Neto firmou compromisso com a categoria e destacou a necessidade de buscar o caminho do entendimento para que os projetos sejam debatidos no âmbito da Casa. Para ele, o conteúdo do regimento atende a categoria e a posição do governador nos últimos dois anos demonstra claramente a intenção do governo em melhorar as condições da Polícia Civil. O deputado afirmou que o regimento já se encontra com o conteúdo acordado, o que será um passo decisivo durante todo o processo. “Espero que os policiais encerrem a greve na segunda-feira para que o projeto de regimento chegue a nossas mãos, e que a oposição dispense as formalidades para que possamos votar e aprovar, imediatamente, o regimento da Polícia Civil”, pontuou Zé Neto, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Carlos Lima, disse que a greve, a segunda da categoria somente este ano, foi deflagrada depois que se encerraram todas as discussões com o governo. "Em agosto foi formalizada uma comissão para a elaboração do projeto de lei e envio dele à Assembléia, mas o acordo não foi cumprido", disse. Ele reafirmou que a paralisação irá continuar até que seja aprovada a Lei Orgânica. Além da reestruturação da Polícia Civil, a categoria reivindica ganho real de 40% em 2008. "No Brasil, somos o 21º estado em termos salariais, atrás de estados como Pará e Acre", comparou. Na última sexta-feira, 12 de dezembro, os policiais completaram o quinto dia de paralisação em Assembléia extraordinária realizada no auditório da Associação dos Funcionários Públicos da Bahia, na avenida Carlos Gomes. Durante o encontro, representantes do movimento grevista fizeram um balanço da greve e, de acordo com estimativas do Sindpoc, do efetivo total de 6,4 mil profissionais, cerca de 4,6 mil estão parados em todo o Estado. Os que estão trabalhando obedecem a determinação da lei, que prevê a oferta de serviços essenciais com disposição de pelo menos 30% do quadro efetivo trabalhando. “Decidimos manter a greve até que ocorra a aprovação do projeto da Lei Orgânica. Nossa causa é justa e o movimento grevista é pacifico e ordeiro. Estamos atendendo todos os processos regimentais legais”, destacou Carlos Lima, presidente do Sindpoc. Apenas os serviços essenciais continuam funcionando, entre eles, levantamentos cadavéricos e prisões em flagrante. Ao final do encontro, Carlos Lima agradeceu a sociedade e a imprensa baiana pelo apoio dado à greve, que será mantida por tempo indeterminado. Em seguida, acompanhados de representantes da categoria nas cidades de Itabuna, Ilhéus, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Itapetinga, os policiais civis saíram em passeata pela Avenida Sete de Setembro até o antigo prédio da Secretaria da Segurança Pública, na Piedade. O deputado Zé Neto acompanhou parte caminhada e solicitou aos policiais que busquem o caminho da ponderação e do diálogo, pois “há um pleno interesse da bancada governista em agilizar a votação do projeto de lei que garante digno regimento para toda a categoria”.
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Dez