O deputado estadual Zé Neto (PT) disse ontem que "topa ir para o racha" com o PMDB, depois das últimas declarações do ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima segundo as quais os peemedebistas conquistaram seu espaço no governo Jaques Wagner ao participarem da campanha vitoriosa de 2006, quando as forças de oposição derrotaram o então candidato do PFL, Paulo Souto. "Sei que o governador não pode rebater essas bravatas de Geddel, mas eu posso: existem dois PMDBs na Bahia e gostaria de saber com quem os deputados e os prefeitos desse partido ficariam no caso de um rompimento (com o governo)", declarou o deputado, para quem "se o projeto de Geddel é só de poder, ele está no lugar errado (no governo Wagner)".
Irônico, comparou que, em nível nacional, o PMDB também tem "duas caras". "Ele, por exemplo, era um crítico do governo Lula, enquanto outras personalidades do partido apoiavam o presidente. Agora virou ministro de um governo comandado por um petista". Zé Neto concorda, como disse o ministro que não é "favor" o PMDB ter cargos na administração estadual, mas assinalou que os peemedebistas foram incorporados à aliança de Wagner "para defender um projeto de mudanças em oposição ao que pregava o DEM (antigo PFL)". E cobrou de Geddel que decida se quer ou não continuar nesse projeto: "ou se está com o povo ou se está com o DEM", provocou, afirmando que o atual governo petista encontrou "um Estado destroçado, com infra-estrutura degradada, em 26º lugar em índice social entre os estados do País". Sobre as previsões do ministro de que cedo ou tarde o PMDB terá que discutir a posição do prefeito João Henrique Carneiro defensor de que os peemedebistas façam oposição a Wagner, Zé Neto disse ser mais uma "ameaça de Geddel".
Fonte: Jornal A Tarde (03/01/2009)