Dando continuidade à luta pela proibição da extração, comercialização e utilização do amianto no Brasil, um grupo de trabalhadores filiados à Associação Baiana dos Expostos ao Amianto (Abea-Ba), estiveram na manhã desta terça-feira, 17, reunidos com o deputado estadual Zé Neto (PT).
De acordo com o parlamentar, que recebeu os trabalhadores em seu gabinete, o encontro foi no sentido de retomar as discussões em torno do Projeto de Lei 16.035/07, que prevê o banimento do amianto na Bahia. Para aprofundar a discussão, Zé Neto sugeriu aos representantes da Abea que fizessem uma visita aos deputados membros das comissões de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, e propôs a realização de uma audiência pública em torno do assunto.
"Defendo a ideia de que precisamos retomar os fóruns de debate, inclusive com a presença da empresa Eternit, para colocarmos as demandas e buscar uma linha de atuação que atenda as necessidades desses trabalhadores", frisou Zé Neto.
"É preciso haver uma ação imediata para solucionar esse grave problema. Nossa associação contava com 480 companheiros, dentre os quais 30 morreram nos últimos anos. Em alguns casos, foram diagnosticadas doenças relacionadas ao amianto. Em outros, não houve tempo. Precisamos ter pernas para avançarmos", pontuou o presidente da Abea, Belmiro Silva dos Santos, ex-funcionário da fábrica da Eternit
A exposição humana às fibras do amianto, por inalação das fibras liberadas no exercício do trabalho em minas de extração, ou manufaturas de produtos que utilizem o amianto como matéria-prima, causa uma série de enfermidades como câncer de pulmão e de laringe, assim como doenças da pleura e a asbestose, um acúmulo de fibras no sistema respiratório.
Conhecido também como asbesto - nome de origem grega que significa imortal e indestrutível -, o amianto também é a principal causa do mesotelioma, um tumor maligno, cem por cento fatal. Os sintomas da doença manifestam-se vinte, trinta, quarenta e até cinqüenta anos após o primeiro contato com o mineral. A vida média da pessoa contaminada é de apenas um ano em média, após a constatação do diagnóstico. Segundo o advogado da ABREA - RJ, Leonardo Amarante, no Brasil, de