A Organização a Procura de Órgãos em Feira de Santana (OPO/Feira) apresentou, na tarde desta segunda-feira (03/02), os dados alcançados em 2013 e estabeleceu metas e propostas para este ano. O evento foi no auditório do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e contou com a presença de Carolina Melo, Coordenadora Estadual da Central de Transplantes, do diretor-geral do HGCA, José Carlos Pitangueira, funcionários do hospital, estudantes, coordenação da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) do Hospital Estadual da Criança (HEC) e equipe da OPO/Feira.
Para o médico André Guimarães, coordenador da OPO/Feira, o principal desafio ainda é conscientizar as pessoas e familiares sobre a importância da doação de tecidos e órgãos. "Historicamente houve um avanço no diagnóstico de morte encefálica e de doações de órgãos. A melhora foi significativa não apenas em Feira de Santana, mas também no estado. No entanto, a negativa familiar ainda é o maior empecilho na hora da captação de tecidos e órgãos", disse o coordenador.
No Brasil existe uma legislação especifica para doação de órgãos (lei 9434/97). A família é quem decide se os órgãos devem ser doados ou não, independentemente da decisão do possível doador em vida. Atualmente, 1.976 pessoas aguardam por doações de órgãos na Bahia, destas 1.100 esperam por rim.
Segundo Carolina Melo, coordenadora da Central de Transplantes da Bahia, a população precisa entender um pouco mais a importância da doação para vir a autorizar a doação de órgãos de um familiar diagnosticado com morte encefálica. "É importante que coloquemos para a nossa família o desejo de ser um doador para que quando viermos a falecer, a família esteja mais segura da vontade de fazer a doação", alertou Carolina Melo.
A OPO/Feira, que funciona no HGCA, fechou o ano de 2013 superando o número de doações dos demais anos. Foram 27 diagnósticos de morte encefálica e oito doações de múltiplos órgãos realizadas no ano de 2013. Em 2012, foram 22 diagnósticos de Morte Encefálica e quatro doações de múltiplos órgãos. Ou seja, dobrou o número de doações na cidade. A média superou a estadual registrada em 28% e a nacional que fechou o ano em 14%. Os dados são do Sistema Estadual de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).